Qualquer pessoa que investe no mercado, mesmo que por pouco tempo, provavelmente já ouviu o termo "tolerância ao risco" nos investimentos.

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Quando aplicada a uma carteira de ações e títulos, ela inclui fatores como idade, tempo até a aposentadoria, necessidade de renda e o fator "dormir à noite", que simplesmente se refere ao nível de ansiedade do investidor em relação ao mercado.

Então como os investidores podem determinar seu perfil de investidor, tolerância ao risco e adequá-la aos seus objetivos? 

Essa pode ser uma pergunta difícil de responder, pois uma pessoa muito conservadora pode manter a maior parte de seus ativos em renda fixa, o que pode não gerar o retorno que ela precisa até a sua aposentadoria.

Por outro lado, assumir muito risco também pode ser prejudicial, principalmente para aqueles que estão próximos da aposentadoria e não tem muito tempo para recuperar o patrimônio de uma desaceleração acentuada.

A US News conversou com alguns especialistas e apresenta alguns fatores a serem considerados ao determinar sua tolerância ao risco e a combinação de investimentos que você deseja incluir em seu portfólio.

O que é tolerância ao risco no investimento?

A tolerância ao risco pode ser considerada a disposição, capacidade e necessidade de uma pessoa em assumir riscos.

Enquanto uma pessoa pode ser uma viciada em adrenalina disposta a abraçar o risco com uma atitude despreocupada; outra acha absurda a ideia de bungee jumping de uma ponte e prefere manter os pés plantados em terra firme", compara a consultora financeira Amanda Kaphammer.

Ela acrescenta que a capacidade de assumir riscos é responsável pela preparação do investidor para enfrentar o inesperado. 

Por exemplo, ele ou ela tem um fundo de emergência suficiente e cobertura de seguro adequada?

Já a necessidade de assumir riscos está ligada ao tipo de retorno projetado do investimento necessário para atingir as metas financeiras dessa pessoa.

"O que pretendemos, quanto vai custar e quando gostaríamos que acontecesse, também conhecido como meta, financiamento e horizonte de tempo", diz Kaphammer. 

Quando essas perguntas podem ser respondidas, um investidor ou consultor de investimentos pode traçar um plano para obter o retorno necessário.

Geralmente essas questões são abordadas na primeira reunião com um consultor de investimentos.

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Como a tolerância ao risco afeta as metas de investimento

Scott Butler, planejador financeiro da Klauenberg Retirement Solutions em Laurel, Maryland, ressalta a necessidade de os investidores entenderem quanto será necessário para financiar totalmente a aposentadoria.

“Cada dólar deve estar atrelado a uma finalidade para que possa ser investido adequadamente de acordo com o prazo”, diz. 

"Isso geralmente significa que nem todo dólar deve ser investido no mesmo nível de risco. 

Mesmo os investidores mais agressivos devem ser conservadores com o dinheiro de que precisam para pagar a hipoteca na próxima semana."

Ele acrescenta que há uma diferença essencial entre a quantidade de risco que os investidores precisam assumir para atingir uma meta e quanto risco desejam assumir.

"Ser muito conservador pode ser o caminho mais certo para não atingir seus objetivos", alerta. 

"Por outro lado, se você pode atingir todos os seus objetivos com uma taxa de retorno menor, precisa considerar se vale a pena assumir riscos adicionais pela chance de um retorno maior."

Quando avaliar a tolerância ao risco

Os investidores também devem reconhecer que a tolerância ao risco pode mudar dependendo do mercado e das condições econômicas ou circunstâncias específicas da vida de uma pessoa, entre outros fatores.

Joel Larsen, diretor da Navion Financial Advisors em Sacramento, Califórnia, diz que a maneira de obter uma verdadeira tolerância ao risco é avaliá-lo durante ou logo após uma difícil queda no mercado.

"Avaliações feitas quando tudo está indo bem serão otimistas", diz ele.

Sua empresa, como muitas outras, usa uma ferramenta de avaliação de risco chamada Riskalyze para quantificar o risco e estabelecer o retorno esperado do investidor.

"A tolerância ao risco por si só não muda mesmo com a idade, pois faz parte da composição psicológica do cliente", diz Larsen. 

"O que pode mudar é a quantidade de risco que você incorpora ao portfólio em um determinado momento, dependendo dos riscos atuais nos mercados. Não definimos e esquecemos."

A tolerância ao risco deve ser um alvo em movimento, diz Scott Sturgeon, fundador e consultor sênior de patrimônio da Oread Wealth Partners em Leawood, Kansas. 

“Os seres humanos não vivem nossas vidas em caminhos lineares ou mesmo como as projeções financeiras que mostramos aos clientes em reuniões”, diz ele.

"A vida é confusa, e isso é bom. As pessoas perdem seus empregos, abandonam seus empregos para abrir negócios, crianças nascem, pais falecem, pessoas envelhecem e todos os tipos de outros eventos da vida (acontecem) no meio."

Ele acrescenta que os principais eventos da vida terão impacto na situação financeira e nas metas financeiras de um investidor , bem como nas atitudes em relação ao risco.

Consultor vs. Autoavaliação de Tolerância a Riscos

Os investidores que trabalham com um consultor de investimentos podem obter ajuda para formular um plano adequado ao risco, projetado para gerar o retorno de que precisam.

Já para quem investe por conta própria, o processo pode ser mais difícil.

"Os investidores sem um consultor podem abordar a tolerância ao risco avaliando suas próprias metas financeiras, horizonte de tempo e tolerância pessoal ao risco", diz Michael Ashley Schulman, sócio e diretor de investimentos da Running Point Capital Advisors em El Segundo, Califórnia.

Ele reconhece, porém, que a autoavaliação imparcial é difícil.

"Conheci muitas pessoas que se consideram conservadoras, mas na verdade são agressivas e vice-versa", diz Schulman. "Muito depende de seu quadro de referência."

Ele observa que as pessoas costumam ser agressivas em alguns aspectos de suas vidas e conservadoras em outros.

"Todos nós já vimos a pessoa que corre pela estrada como um maníaco, mas leva cinco minutos no supermercado para escolher um pão", diz ele. 

"A auto-análise sem orientação é desafiadora; você pode considerar o uso de avaliações de tolerância de risco on-line ou trabalhar com um profissional financeiro de forma limitada."

Schulman diz que é importante para os investidores autônomos não apenas entender a relação entre risco e recompensa, mas também o valor dos fluxos de renda e o que eles podem suportar quando os valores do portfólio caem.

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Tolerâncias de risco conflitantes em casais

Não é incomum que os cônjuges tenham diferentes níveis de tolerância ao risco.

"Quando duas pessoas em um relacionamento têm diferentes níveis de tolerância ao risco, isso pode criar tensão e desacordos que podem ser difíceis de administrar", diz Andy Laino, planejador financeiro certificado da Prudential Financial em Sarasota, Flórida.

"A melhor maneira de lidar com essa situação é primeiro entender e aceitar os níveis de tolerância ao risco de cada um", diz ele. 

"É importante lembrar que a tolerância ao risco é uma preferência pessoal e que nenhuma pessoa está errada por ter uma opinião diferente."

Com esses casais, Laino primeiro fará uma avaliação de risco para cada indivíduo e, em seguida, discutirá como implementar as alocações de ativos apropriadas.

"Uma vez que tenhamos esse nível básico de comunicação, podemos negociar um nível de risco com o qual cada parte se sinta confortável", diz ele.

"Chegar a um acordo mútuo ou compromisso sobre o dinheiro é uma grande experiência de aprendizado que pode ser necessária para outras questões financeiras ou familiares. A negociação é a chave para encontrar um equilíbrio que funcione para ambas as partes."

Fonte: US News Money

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