Antes da pandemia, os fundos de pensão tinham iniciado um movimento de diversificação dos investimentos em Bolsa para compensar a queda dos juros e cumprir as metas de rentabilidade.
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Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), até novembro de 2019 (último dado disponível) a renda fixa representava 73,5% dos ativos dos fundos e os investimentos em ações, 18%.
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Naquele mês, com os juros em queda, a rentabilidade dos investimentos ficou negativo em 0,15%, enquanto a renda variável (ações) ficou positiva em 0,5%.
O resultado era um indicativo de que as carteiras precisavam apostar em ativos de maior risco.
"O sistema estava iniciando um movimento para aumentar o risco de seus investimentos e cumprir as metas atuariais", diz o presidente da Abrapp, Luis Ricardo Martins.
Esse movimento vinha num crescente tão grande que os fundos de pensão estavam ocupando espaço até então dos investidores estrangeiros na Bolsa, acrescenta o economista José Roberto Afonso.
O entrave agora é que a Bolsa despencou com a crise do coronavírus, ainda que haja indícios de recuperação.
Enquanto isso, os investimentos conservadores - como títulos do Tesouro - estão com rentabilidade baixa.
Eles são atrelados à Selic, que está em 3%, menor nível da história.
"Os ativos precisam crescer numa taxa semelhante ao atuarial. Sem esse equilíbrio, os fundos têm de mudar suas estratégias", diz professor da FEA/USP José Roberto Savoia, ex-secretário de Previdência Complementar.
Diretor de investimentos do Postalis, Alexandre Miguel diz que, antes da pandemia, os investimentos em títulos públicos já não batiam a meta. "Víamos a necessidade de tomar mais risco."
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