A Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público Federal deflagraram na sexta, 27/09 mais uma fase da operação Lava Jato. A investigação agora é de suspeita de lavagem de dinheiro cometida por doleiros e funcionários de grandes instituições financeiras. 

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Essa nova etapa, batizada de “alerta mínimo” investiga principalmente a atuação de gerentes do Banco do Brasil. 

De acordo com a Polícia Federal, o grupo teria contribuído para “centenas de operações de lavagem de dinheiro entre os anos de 2011 e 2014”

Contudo, outros bancos também estão sendo investigados como Caixa Econômica Federal, Santander, Bradesco e Itaú Unibanco.

Segundo apurações da Polícia Federal, o pagamento de propina nessas instituições bancárias soma em torno de 1,3 bilhões de reais. Distribuídos da seguinte forma:

  • R$ 989,6 milhões no Bradesco;
  • R$ 200 milhões no Banco do Brasil;
  • R$ 94,5 milhões no Itaú;
  • R$ 19,5 milhões no Santander;
  • R$ 4,1 milhões na Caixa.

Como funcionava o esquema

De acordo com as investigações da Receita Federal, alguns funcionários investigados atuavam disponibilizando a abertura de contas sem assinaturas e com cadastro incompleto. Além de movimentar altos valores sem a devida justificativa interna para evitar tanto fiscalizações externas como do setor de compliance da instituição.

Além disso, as investigações apuraram também a utilização de empresas de fachada para movimentação de valores. 

Em troca, os envolvidos receberiam comissão ou outros favores, como o pagamento de contas ou a compra de produtos da agência. No intuito de atingir metas de resultados da instituição e consequentemente elevar a participação na distribuição de lucros e dividendos.

Pronunciamento dos bancos investigados pela Lava Jato

O Banco do Brasil afirma que coopera com as autoridades na operação Alerta Mínimo e declara “que já iniciou processos administrativos que podem resultar na demissão dos funcionários envolvidos”. 

Já o Bradesco diz que suas normas de conduta ética e de governança são cumpridas com rigor.

O Itaú Unibanco declarou que instituição está comprometida com as melhores práticas para prevenir à lavagem de dinheiro.

Em declaração afirmam que “No caso em questão, há mais de dois anos o Itaú encerrou o relacionamento com todas as empresas envolvidas e adotou as providências legais junto às autoridades de forma abrangente e tempestiva.” 

Já o Santander se pronunciou dizendo que “A instituição está à disposição para colaborar com o trabalho das autoridades”. Somando a isso uma política de compliance e cumprimento da legislação, no intuito de prevenir à lavagem de dinheiro.

Por fim, a Caixa Econômica se pronunciou dizendo que “As movimentações atípicas identificadas são comunicadas às autoridades competentes na forma da legislação em vigor.” Além disso, afirma que colabora com as investigações e realiza atividade de monitoramento para prevenção à lavagem de dinheiro.

Crimes cometidos

De acordo com a Polícia Federal, as condutas investigadas podem configurar crime contra o Sistema Financeiro Nacional, corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa, entre outros.

O nome da operação faz referência aos alertas de operações atípicas do sistema interno do banco para comunicação ao COAF.

Os mesmos passaram a ser encerrados, mediante a apresentação de justificativas pelos gerentes de agência, como se não houvesse indícios de lavagem de dinheiro.

A repercussão na Bolsa de Valores tem sido de pessimismo. Desde a deflagração da operação “alerta mínimo” as ações das instituições bancárias tem sofrido forte desvalorização, diz Martin Kirsten especialista em Política e Economia.