Charlie Munger acaba de adquirir uma grande participação na gigante chinês do comércio eletrônico Alibaba (BABA34), do bilionário chinês Jack Ma.

Carteira Recomendada? Faça um Diagnóstico Online e Receba uma Carteira Gratuita.

O parceiro de longa data de Warren Buffett na Berkshire Hathaway (BERK34) fez o investimento por meio do Daily Journal Corporation, empresa da qual é o presidente do conselho.

Munger comprou o Daily Journal décadas atrás, quando ainda administrava seu próprio fundo de investimento, por apenas US$ 2,5 milhões. 

Depois que seu fundo foi dissolvido, Munger distribuiu ações a seus sócios, mas ele ainda possui cerca de 3,6% da empresa, agora avaliada em US$ 455 milhões.

A última vez que o Daily Journal fez uma mudança significativa em sua carteira de ações foi no quarto trimestre de 2014.

Como gerente de portfólio da empresa, Charlie Munger reduziu a posição da holding na produtora de aço sul-coreana Posco (P1KX34) em 85%, para pouco menos de 10.000 ações.

Desde então, a empresa não tinha feito mais alterações grandes em seu portfólio até a recente divulgação.

No final de março de 2021, o Daily Journal adicionou uma nova participação pela primeira vez em mais de uma década, o Alibaba Group (BABA34).

Segundo dados divulgados, a holding possui cerca de 165.320 ações da empresa chinesa de tecnologia, dando a ela um peso de portfólio de 19% e participação de aproximadamente US$ 37,5 milhões.

Com isso, o Alibaba torna-se a terceira maior posição na carteira, depois do Bank of America (BOAC34) e do Wells Fargo (WFCO34).

Ambas as participações foram adquiridas durante a crise financeira, quando Munger foi capaz de abocanhar ações abaixo do seu valor intrínseco.

A mesma estratégia parece ter sido usada agora, quando as ações do Alibaba estão cerca de 30% abaixo do pico que alcançaram no fim de outubro.

Entre os motivos para a queda está o adiamento do IPO do Ant Financial Group, braço de pagamentos digitais do grupo, e do cerco regulatório do governo chinês.

Para os analistas de mercado, no entanto, a perspectiva é que suas ações se recuperem no médio prazo dada a liderança e a força financeira do Alibaba.

Por que Munger investiu no Alibaba?

Não sabemos a resposta exata para essa pergunta, no entanto, podemos especular sobre os motivos pelos quais esse investidor bilionário fez sua aposta na gigante de e-commerce chinesa.

Sempre que Munger compra uma ação, ele compra com a visão de mantê-la para sempre. 

Ele quer comprar líderes de mercado estabelecidos, mas que ainda tenham uma trajetória de crescimento. Se as ações estão baratas, melhor ainda.

O Alibaba parece ter todas essas qualidades.

Apesar de apresentar bons resultados, as ações da Alibaba enfraqueceram recentemente.

Então não é de se admirar que Munger possa ter considerado a empresa como uma “oportunidade boa demais para deixar passar”.

A recente “briga” de Jack Ma com o governo chinês e o cancelamento do IPO da Ant Financial, da qual o Alibaba detém um terço das ações, provavelmente desempenhou um papel importante para a queda do preço das ações.

Além disso, o Alibaba está enfrentando forte concorrência no espaço de e-commerce com o JD.com (JDCO34) e o Pinduoduo (P1DD34).

Como é o caso de vários grandes conglomerados de tecnologia, Munger pode estar olhando para várias partes do vasto império do Alibaba e percebendo que estas somam muito mais do que o valor de mercado atual.

Além disso, ao longo dos anos, Munger elogiou repetidamente a China por sua transição nas últimas décadas e enxergou no Alibaba uma das melhores maneiras de investir no setor de tecnologia chinês a longo prazo.

Investindo no crescimento da China

Embora Charlie Munger e seu parceiro de negócios Warren Buffett sejam conhecidos entusiastas e defensores da força da economia americana, eles continuam atentos às oportunidades de investimento no resto do mundo.

Se você acha as 165 mil ações do Alibaba, avaliadas no fim de março em US$ 37 milhões como um investimento "pequeno", vale lembrar de outra aposta liderada por Munger, desta vez por meio da Berkshire.

O investidor é otimista com as perspectivas da China há muito tempo.

Em 2008 Munger foi quem liderou a compra da fatia acionária na BYD no valor de US$ 230 milhões. Atualmente, ela vale US$ 5,07 bilhões.

A BYD se tornou uma das maiores montadoras chinesas e tem se destacado na corrida dos carros elétricos no país e no mundo.

É a única companhia estrangeira na lista das dez principais posições na carteira da Berkshire.

Mas essa não é uma posição isolada. Em agosto passado, Buffett revelou um investimento avaliado em US$ 6 bilhões em cinco dos maiores conglomerados empresariais do Japão.

As escolhidas para uma participação aproximada de 5% foram Itochu, Mitsubishi Corp., Mitsui & Co., Sumitomo Corp. e Marubeni.

No início do mês a Berkshire Hathaway anunciou que planeja emitir títulos em ienes pela terceira vez.

O grupo pretende levantar o equivalente a US$ 1,1 bilhão com a emissão, que é vista como um prenúncio de novas compras no país asiático.

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.