O bilionário Luiz Barsi Filho, maior acionista pessoa física da AES Tiete (TIET11), com participação de 2,5% envia carta à acionistas minoritários se posicionando contra fusão da AES Tiete e Eneva (ENEV11).

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Barsi comentou negativamente a falta de informações sobre a política dos dividendos após a fusão entre as duas companhias.

“... até então dormia tranquilo, sabendo que tenho em meu portfólio uma empresa lucrativa há anos. O mesmo não posso dizer sobre a Eneva, que apesar de seu turnaround louvável, nunca remunerou seus acionistas”, destacou Barsi.

Como Barsi sempre sugere que o investidor deve ter uma reserva financeira (jacaré), para aproveitar as oportunidades da bolsa (passarinho).

Ele comparou a Eneva ao famoso jacaré, a espreita de abocanhar o passarinho.

“A AES Tietê é o passarinho prestes a ser devorado e a Eneva, o exímio predador” – Luiz Barsi.

Para Luiz Barsi, a empresa pode valer mais do que a proposta da Eneva e comenta:

“Ela não é a única empresa no setor cuja fusão faria sentido. Já imaginaram uma combinação de negócios com a Engie (EGIE3), ou CESP (CESP6)?”.

Ele se posicionou contrário pelo fato de a Eneva possuir geração termelétrica, altamente poluente e a AES Tietê produzir energia limpa. Ele aponta:

“Viés contrário ao da Eneva, que atende a mais de 10% da capacidade térmica no Brasil. Entendo a sua importância para o país, mas não me interesso em investir em um modal poluente”.

Solicitou também para que haja novos concorrentes no processo de aquisição, citando a empresa Eletropaulo (ELPL3) como possível candidata.

Ele argumenta:

“Sejamos o jacaré e não o passarinho”.

Porém Barsi não possui poder de voto para barrar a transação, caso a empresa decida aceitar a fusão, já que a ela pode ser aprovada pelos acionistas preferenciais, já que a empresa pertence ao nível 2 de governança da B3.

A empresa Eneva lançou a sua oferta no dia 01/03/2020, com o pagamento de R$ 2,7 bilhões em ações da própria Eneva (ENEV3) em dinheiro aos acionistas da AES Tietê (TIET11).

A administração da AES Tietê anunciou ao mercado, através de um fato relevante, que considera a oferta hostil, compartilhando da posição de Luiz Barsi.

A Eneva em contrapartida ofereceu o prazo para a empresa se manifestar com relação à proposta até o prazo de 21/04/2020.

A AES Tietê respondeu que levará os documentos à análise do Conselho de Administração e de assessores contratados.

A empresa se manifestará a respeito da proposta, bem com sobre a oferta para a prorrogação do prazo da Proposta, até a data assinalada pela Eneva.

Diante da indefinição da administração da Tietê sobre a data da assembleia dos acionistas, para a deliberação da fusão, ambas empresas trocaram acusações nos rumos do negócio.

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