O que são os Campeões Nacionais?

Ao longo do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, foi colocado em prática um programa de incentivos a empresas de alguns segmentos econômicos.

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Esses incentivos aconteciam por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento). As empresas consideradas “Campeãs”, quando solicitavam linhas de crédito através do BNDES, recebiam valores subsidiados.

O subsídio é uma espécie de incentivo, assim as empresas favorecidas receberam o nome de Campeões Nacionais.

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Como funcionam os Campeões Nacionais?

Buscar empréstimos e qualquer tipo de linha de crédito no Brasil é algo burocrático. Além da burocracia existe a questão dos juros e encargos que envolvem a captação de recursos junto a qualquer instituição financeira.

Observando isso, o governo federal resolveu utilizar o BNDES para incentivar a economia através de algumas empresas e segmentos.

As empresas que preenchiam as especificações do BNDES conseguiam viabilidade para receber os recursos vindos do BNDES.

O diferencial entre as linhas de crédito do BNDES e dos demais bancos de varejo estava nos subsídios.

O subsídio ocorria de diferentes formas. O juro cobrado por uma linha de crédito era inferior ao do mercado e, além disso, havia carência para o pagamento.

Mas para um seleto grupo de empresas, os Campeões Nacionais, o BNDES chegava a adquirir participação dentro da companhia com o intuito de fortalecer ainda mais o negócio.

A ideia era transformar empresas em grandes “titãs” do mercado. Seguindo uma tendência vista em outros países. Companhias como JBS, Marfrig, OGX e Oi se beneficiaram de tal política.

Implicações dos Campeões Nacionais

Atualmente o BNDES não está tão ativo como em períodos anteriores.  A redução da atividade do banco acontece devido a críticas sobre os Campeões Nacionais.

Uma das prerrogativas do BNDES é fomentar o mercado nacional, mas principalmente as empresas menores, aquelas que não possuem condições de buscar financiamento em instituições financeiras de varejo.

Como o BNDES estava atendendo as necessidades de grandes empresas que conseguem preencher os requisitos de crédito do banco, as pequenas empresas ficarão de fora.

Além disso, os benefícios esperados com os Campeões Nacionais não foram suficientes para manter o programa.

Das empresas mencionadas acima a Oi e OGX enfrentaram muitos problemas. Inclusive a OGX (petróleo) em 2013 passou por um processo de recuperação judicial.

A empresa de Eike Batista, até então, um dos homens mais ricos do mundo, registrou forte desvalorização na bolsa. Fato que culminou com a derrocada da companhia e de todo o império formado por mais algumas empresas.

Já a Oi (empresa telefônica) vem enfrentando problemas até hoje. A situação da empresa é delicada, sendo que a mesma vem passando por um momento de reestruturação com a possibilidade de venda do setor “móvel” de telefonia.

Ou seja, a Oi que já foi considerada uma Campão Nacional, agora passa por um processo de desfragmentação dos seus negócios.

Como já não era suficiente, os negócios mal sucedidos foram acompanhados de escândalos de corrupção.

Desse modo, os Campeões Nacionais ganharam uma imagem ruim perante a opinião pública. Vale destacar que a função do BNDES junto a grandes empresas já era alvo de críticas e ganhou ainda mais notoriedade em 2014 com as eleições presidenciais.

Atualmente o BNDES vem dando prioridade para empresas de pequeno porte ou aquelas denominadas de Startup.

Vale destacar que os valores que foram investidos em outras empresas ou emprestados estão sendo “devolvidos” ao BNDES e assim, o banco vem repassando os valores ao Tesouro Nacional.

A dívida feita entre o BNDES junto ao Tesouro Nacional chegou a superar os 462 bilhões de reais. Atualmente já foram devolvidos ao Tesouro mais de 300 bilhões de reais.