O que é Câmbio Fixo

Câmbio Fixo é uma modalidade de regime cambial cuja característica principal é a fixação, por parte do Banco Central, da taxa de câmbio em um valor.

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Em outros termos, Câmbio Fixo é um instrumento da política econômica, mais especificamente monetária, que consiste em travar a cotação da moeda local em relação a outra moeda.

Em geral, o Câmbio Fixo é utilizado para conter situações de hiperinflação, embora tenha caído em desuso no mundo todo em razão das políticas econômicas sugeridas por economistas e organismos financeiros internacionais, como o FMI.

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Origem Câmbio Fixo

O Câmbio Fixo ganhou projeção mundial ainda no século XIX, quando o lastro financeiro era feito a partir do padrão-ouro.

As moedas dos mais distintos países tinham um valor ancorado no ouro, o que permitia fáceis comparações entre o valor de uma moeda e de outra.

Contudo, após a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, o padrão-ouro passou a ser contestado, dando lugar ao padrão-dólar, principalmente em razão da ascensão econômica estadunidense.

Assim, durante a Conferência de Bretton Woods, em acordo comum, os países definiram que as moedas das principais economias teriam um câmbio fixo em relação à moeda americana, que por sua vez estaria lastreada no ouro.

No entanto, após algumas dificuldades, em 1972, os EUA optaram por abandonar o padrão ouro, fazendo com que as moedas fixadas ao seu valor passassem por mudanças de regime cambial.

Características do Câmbio Fixo

A primeira das características essenciais do Câmbio Fixo se refere a sua funcionalidade: eficiência para conter inflações altas.

Conforme muitos economistas argumentam, o Câmbio Fixo, por travar o valor de uma moeda, principalmente ao lastro de referência, reduz a probabilidade de instabilidades, oscilações e perda de valor.

Dessa maneira, em síntese, o Câmbio Fixo permite a contenção das oscilações que desembocam em hiperinflações.

Diretamente ligada a essa primeira característica está a segunda: flutuação administrada, isto é, mesmo em cenários não tão inflacionados, o Câmbio Fixo amortece as flutuações e as torna administráveis.

Câmbio Fixo no Brasil

O Câmbio Fixo já foi adotado como regime cambial brasileiro ao longo de nossa história, sempre em referência com o dólar.

Inclusive, o Câmbio Fixo, no período entre a Segunda Guerra Mundial e o fim da Guerra Fria, era muito comum que países em desenvolvimento adotassem o Câmbio Fixo com o intuito de ter maior estabilidade.

Assim, entre 1964 e 1968, durante o início do Período Militar, o Brasil adotou o Câmbio Fixo.

Posteriormente, em cenários de hiperinflação, em 1986, com a introdução do Plano Cruzado, e durante o Plano Real, 1994 e 1999, o Brasil optou novamente por implantar o Câmbio Fixo como política econômica.

A partir de 1999 até então, o Brasil passou a adotar o sistema de câmbio flutuante, um regime cambial que favorece uma flutuação da moeda conforme a oferta e a demanda no mercado.

Sendo assim, o Banco Central deixa o mercado mais livre para oscilar o valor da moeda, sem impor uma política cambial fixa que trave o valor da moeda.

Desvantagens Câmbio Fixo

Embora o Câmbio Fixo tenha como principal vantagem a contenção da inflação, muitos economistas consideram que ele pode causar um desequilíbrio na balança comercial e no comércio exterior de um país.

Em termos práticos, um país que adote o Câmbio Fixo de paridade 1 para 1, como o Brasil já fez, pode fazer com que suas exportações diminuam e que suas importações aumentem.

Essa excessiva valorização da moeda nacional poderia ser extremamente nocivo para economias de países que dependem largamente das exportações, como é o caso do Brasil.

Em razão disso, atualmente, a maior parte dos países e dos economistas optam por defender o câmbio flutuante e a liberdade cambial, fazendo com que o câmbio se ajuste naturalmente.