O que é C-Bond
C-Bond foi um título da dívida externa brasileira, logo um título público, emitido pelo Tesouro Nacional com o intuito de renegociar o valor da dívida que o país tinha.
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Dito de outra forma, C-Bond era o nome dado ao principal título da dívida brasileira, emitido em 1994, cujo objetivo era reestruturar a dívida externa brasileira mediante a captação de recursos financeiros.
Formalmente conhecido como Capitalization Bond, ou bônus de capitalização, os C-Bonds foram emitidos no dia 15 de abril de 1994 para vencer em abril de 2014, sendo convertidos posteriormente em outros bonds.
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Como funcionou C-Bond
O objetivo da emissão dos títulos C-Bond era renegociar a dívida externa que o país tinha na época. Ele fez parte de um grande programa de reestruturação da dívida externa brasileira após a moratória de 1987.
Portanto, o C-Bond, como um título público, era negociado a fim de captar recursos para pagamentos de dívidas, nesse caso, uma dívida antiga que o país não tinha como pagar.
Com esse título, o governo brasileiro conseguiu garantir taxas de juros menores e um prazo maior para o pagamento. Era um título prefixado e sem garantias, ao contrário de outros papéis voltados para investidores estrangeiros
Em razão disso, durante muito tempo ele foi o principal e mais negociado papel da dívida brasileira, além de ser considerado o mais líquido entre os papéis dos países considerados emergentes.
Muitos investidores estrangeiros faziam questão de comprar particularmente o C-Bond, pois ele tinha uma remuneração atrativa, 4% de juros por semestre.
A dívida relacionada com o C-Bond era avaliada em, por volta de, US$ 7 bilhões e os pagamentos eram feitos a cada seis meses, especificamente nos dias 15 de abril e 15 de outubro.
No entanto, por ter um caráter de título temporário, não existem mais C-bonds em circulação, sendo transformado em outros títulos após seu prazo final em 2014, 20 anos após o seu lançamento.
Importância do C-Bond
A performance do C-Bond ao longo do tempo, remunerando bem, atraindo investidores e sem complicações, aumentou consideravelmente o nível de credibilidade do país, que passou a ter uma taxa de risco menor.
A título de curiosidade, vale a pena recordar que, com a emissão do C-Bond, o país se tornou um dos mais confiáveis da América Latina, ficando à frente, por exemplo, de México, Peru e Colômbia.
Além disso, por conta de sua performance, o C-Bond tornou-se uma espécie de termômetro da economia do país na época, indicando muito bem como o país estava financeiramente e como o mercado o enxergava.
Em alguns momentos marcantes, como em 2004 e 2010, o C-Bond bateu recordes, fechando o dia com vendas superiores a 100% do seu valor de face e um ágio de 0,25%.
Nesse sentido, o bom desempenho do C-Bond ao longo de seus 20 anos foi crucial para influenciar a onda positiva que a economia brasileira vivenciou a partir da segunda metade da primeira década de 2000.
Classificação títulos da dívida pública
No Tesouro Direto, são comercializados três diferentes modalidades de títulos públicos:
- Título prefixado - nesse tipo, as taxas de juros são fixadas no momento de sua contratação, o que indicará exatamente o quanto o investidor deverá receber.
- Título pós-fixado - a rentabilidade desse tipo está atrelada a uma determinada taxa, como a Taxa Selic. Em situações de aumento ou de queda, o título acompanha esse movimento.
- Título híbrido ou misto - nesse caso, a rentabilidade é híbrida porque possui características dos dois tipos mencionados acima, isto é, uma parte variável que acompanha o IPCA e outra prefixada.
Sendo assim, na situação do C-Bond, tínhamos um título prefixado, com taxa de juros de 4% ao semestre, o que o tornava um investimento mais seguro, com um percentual definido de retorno.