O que é BVRJ

BVRJ é uma sigla referente à Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, uma das primeiras bolsas a operar em solo brasileiro, inaugurada em 14 de julho de 1820 e localizada na Praça XV de Novembro.

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Ainda que seu espaço físico continue existindo, em 2002, a BVRJ foi incorporada pela BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros), o que culminou, após algumas fusões, na atual B3, a bolsa de valores oficial do Brasil.

Sua hegemonia perdurou até meados de 1970, quando a Bolsa de São Paulo ganhou mais força. Sendo assim, a BVRJ encontra-se inativa, tendo realizado seu último pregão no dia 28 de janeiro de 2000.

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História da BVRJ

A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro foi uma das principais bolsas a operar no Brasil, sendo a segunda mais antiga, perdendo apenas para a antiga Bolsa de Valores Bahia Sergipe Alagoas (Bovespa).

Antes do início das operações, os negócios eram realizados ao ar livre, no que convencionou-se chamar de Praça de Comércio. Esse tipo de pregão tornou-se comum com a chegada da Família Real no Brasil, em 1808.

Com as atividades comerciais recorrentes, iniciou-se as tentativas de organização de um mercado de capitais. Assim, no dia 14 de julho de 1820, foi inaugurada a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.

Os negócios mais comuns da época eram realizados com câmbio, escravos, mercadorias, gado, seguros e fretes. Os primeiros ativos em papel, ainda de empresas estatais, foram negociados somente em 1828.

O período mais efervescente da BVRJ foi a partir da metade do século XX, quando a prefeitura do Rio lançou um projeto para financiar obras pela cidade toda. 

O volume negociado de ações foi tamanho que ultrapassou o de papéis de dívidas governamentais e fez surgir os primeiros investidores institucionais organizados, bem como companhias especializadas.

Outro momento de grande movimentação na bolsa foi a construção das estradas de ferro, no começo dos anos 1900, com predominância de companhias como São Paulo Railway, Oeste de Minas e Sorocabana.

Embora os anos dourados da BVRJ tenha figurado entre 1950 e 1960, logo a partir dos anos 70 ela começou a perder terreno gradualmente para a bolsa paulista, sendo formalmente superada no começo dos anos 90.

Importância da BVRJ 

Todo momento crucial da economia brasileira, do final do século XIX até o início do século XXI, passou pelos pregões da BVRJ, da crise do encilhamento até os leilões de privatização das estatais. 

Sendo assim, do fim do período colonial até o fim da Ditadura Militar a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro concentrou a maior parte do mercado de capitais nacional, ainda que existissem outras bolsas.

A reformulação econômica introduzida pela Ditadura Militar, entre os anos 60 e 70, foi vivenciada de perto pela BVRJ. Nessa época, três leis foram essenciais para o desenvolvimento do mercado de capitais:

  • Lei nº 4.537/64: instituição da correção monetária, através da ORTN
  • Lei nº 4.595/64: ou lei da reforma bancária, que reformulou todo o sistema nacional de intermediação financeira e criou o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central
  • Lei nº 4.728/65: primeira Lei de Mercado de Capitais, que disciplinou esse mercado e estabeleceu medidas para seu desenvolvimento

Fim da BVRJ 

Por volta dos anos 70 e 80, após perder espaço para a bolsa paulista, a BVRJ começa lentamente a esvaziar, logo após a explosão das Bolsas de 1971 e a consequente depressão do mercado.

Em 1989, ela perde o título de bolsa mais importante do país para a Bolsa de São Paulo.

Seu último momento de projeção nacional foram os leilões das empresas estatais, como Telesp, Usiminas e Vale do Rio Doce, ocorridos a partir de 1995.

Em 2002, ela deixa de existir após ser integrada pela BM&F, que posteriormente se transforma em BM&FBovespa e, atualmente, B3.