O que é Bradies

Bradies é o nome que se dá aos títulos emitidos pelos países desenvolvidos a partir do final da década de 80 que tinha como principal objetivo reestruturar a dívida externa.

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A origem dos Bradies, por sua vez, está relacionada com o plano brady, que foi uma tentativa de solucionar a situação econômica e fiscal de diversos países em desenvolvimento.

Foi graças a este plano e seus títulos com seus bônus que a dívida externa de muitos países em desenvolvimento finalmente foi controlada.

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Breve história dos Bradies

A origem dos Bradies se deu no final da década de 80 pelo secretário do tesouro americano Nicholas Brady, que foi o idealizador do plano Brady.

Os Bradies funcionavam como títulos de dívida com condições mais brandas, que consistiam além do abatimento da dívida externa, como também na redução da cobrança de juros.

As razões que levaram à confecção deste plano de reestruturação da dívida foi a crescente e quase insolvível situação fiscal e financeira de muitos países desenvolvidos.

Também é importante ressaltar que o plano brady foi uma resposta a outros planos de reestruturação econômica que falharam, como o plano baker.

O plano brady

O funcionamento do plano brady se dava primeiramente pela renovação da dívida externa dos países que pretendiam aderir ao plano.

Essa renovação, por outro lado, era acompanhada de uma maior flexibilidade nas parcelas de pagamento e bônus que visavam a redução da dívida e dos juros.

A adesão dos países que poderiam se beneficiar da emissão de Bradies, no entanto, vinha com algumas condições que precisavam ser cumpridas. Exigências do plano brady.

Estas condições eram:

  • Manter o pagamento das parcelas do plano em dia;
  • Iniciar um processo de privatizações;
  • Aderir a iniciativas liberais na economia.

O resultado disso foi que a maioria dos países, apesar de não terem conseguido sanar completamente suas dívidas, conseguiram torná-las administrável.

Um dos pontos de destaque que levaram ao sucesso deste plano foi a sensibilidade de estimar o preço da dívida de acordo com as condições políticas e econômicas de cada país.

Desta forma, os riscos de acontecer um calote diminuíram bastante, o que foi algo bastante recorrente ao longo da década de 80, conhecida como a década perdida.

A década perdida

A década de 80 foi considerada a década perdida para muitos países subdesenvolvidos, pois estes viam suas economias estagnadas ou à beira de um colapso.

O início dessa década, de acordo com historiadores, se deu em 1982 com o México, que devido à queda repentina na oferta de crédito por países desenvolvidos, declarou moratória.

Logo outros países em desenvolvimento seguiram o mesmo caminho, visto que a maioria destes países era dependente de financiamentos externos.

O consenso geral é de que o caos econômico destes países foi devido a dois fatores: 

  • As condições altamente rígidas de pagamento dos empréstimos;
  • Gastanças públicas sem responsabilidade.

E uma vez que os credores observavam a possibilidade de receberem um calote de devedores, estes então resolviam executar a dívida de uma vez.

Como a maioria dos países não tinham possibilidade de pagá-la, ou só poderia fazê-lo dentro de uma margem muito pequena de negociação, isso gerava problemas de liquidez.

Bradies no Brasil

O Brasil começou as suas negociações para adentrar o Plano Brady no final do governo Collor, em 1992. No entanto, o desenvolvimento do plano só se iniciou em Abril de 1994.

No caso do Brasil, o Plano Brady tinha o objetivo de substituir uma dívida contraída pelo setor público com entidades privadas, no valor de 55 bilhões de dólares.

Então foram emitidos Bradies neste valor. Todavia, ainda não havia sido possível abarcar toda a dívida brasileira, o que só iria acontecer em 1996 em um acordo judicial com a família Dart.

E foi apenas em 2006 que o governo Brasileiro conseguiu quitar da sua dívida externa todos os títulos Bradies.