Apesar das dúvidas sobre o futuro dos escritórios frente à popularização do home office, a BR Properties (BRPR3) atingiu a marca de 41% de locação da sua primeira torre corporativa entregue no mega empreendimento Parque da Cidade, na Marginal Pinheiros, zona sul da capital paulista.
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Até então, investidores estavam receosos sobre a capacidade da companhia em atrair inquilinos para o edifício, cuja obra ficou pronta no fim do ano passado, em meio à pandemia.
Neste mês, as outras duas torres no complexo estão sendo entregues. Avançar nas locações neste momento é uma sinalização importante ao mercado de que os imóveis não ficarão vazios, argumenta o presidente da BR Properties, Martin Jaco.
"Não significa que o céu está cor-de-rosa. O mercado está difícil, de fato. Mas temos em nossa carteira os empreendimentos que os inquilinos desejam ocupar", disse o executivo.
Segundo a JLL, empresa que acompanha o mercado de imóveis corporativos, a taxa de vacância em edifícios de alto padrão em São Paulo subiu 2 pontos porcentuais no terceiro trimestre de 2020, ante os três meses anteriores, para 19,3%.
O total de espaços vazios é bem maior na região definida como Berrini/Chucri, justamente onde fica o Parque da Cidade. Nessa área, a vacância era de 45,9% ao fim de setembro.
Os primeiros inquilinos da BR Properties no Parque da Cidade são empresas dos ramos de seguros, energia e serviços, além de uma holding.
O executivo não revela os valores de locação e se limita a afirmar que os números estão "dentro das expectativas".
A análise de viabilidade da BR Properties para o Parque da Cidade considera locações na ordem de R$ 100 por metro quadrado para garantir a viabilidade financeira da operação.
Já os contratos mais recentes fechados em outros edifícios de classe 'AAA' na região se aproximaram dos R$ 130 por m².
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Histórico
O lançamento do empreendimento Parque da Cidade foi feito com pompa pela Odebrecht Realizações Imobiliárias quase uma década atrás. Abatida pela Operação Lava Jato, a construtora ficou sem dinheiro e acabou destrinchando e vendendo o negócio para investidores imobiliários.
A BR Properties comprou três torres corporativas (Aroeira, Jacarandá e Paineiras) da gestora HSI, em 2019. Nas duas primeiras, adquiriu 100%. Na terceira, 30%.
Ao todo, foram desembolsados quase R$ 1,5 bilhão nas aquisições, concluídas na última quarta-feira.
O Parque da Cidade conta com mais duas torres corporativas já em operação, controladas pelo fundos Previ e BC Fund e pelo conglomerado chinês Fosun.
Também há um prédio de salas comerciais, shopping center, hotel, dois prédios residenciais e uma área verde com parque linear.
"Estamos certos da aquisição que fizemos", reforça o diretor financeiro e de relações com investidores, André Bergstein.
"A cidade de São Paulo terá poucos novos edifícios a serem entregues nos próximos anos."
Bergstein acrescentou que há mais negociações em andamento. Parte das empresas que paralisaram as conversas durante a quarentena já retomaram o contato. "Há demanda por ativos de qualidade", ressalta.
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Resultado da BR Properties no Terceiro Trimestre de 2020
O resultado da BR Properties (BRBP3) no terceiro trimestre de 2020 (3t20), divulgado no dia 04 de novembro, apresentou um lucro líquido de R$ 16,3 milhões, queda de 36,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O Ebitda da BR Properties atingiu R$ 53,2 milhões no 3t20, apresentando retração de -24,6% na comparação com o 3t19.
A margem Ebitda da BR Properties totalizou 68,0% no 3t20, apresentando retração de -6,0 pontos percentuais na comparação com o 3t19.
A Margem líquida da BR Properties atingiu 20,7% no 3t20, apresentando retração de -6,2 pontos percentuais na comparação com o 3t19.
As ações da BR Properties (BRBP3) acumulam alta de 7,57% na bolsa de valores nos últimos 7 dias e queda de 36,74% nos últimos 12 meses.
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