O presidente Jair Bolsonaro esteve presente, neste domingo, em manifestações a favor do Governo que pediam intervenção militar e criticavam Legislativo e Judiciário.

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Na manifestação de domingo, 03/05, o presidente Jair Bolsonaro compareceu mais uma vez a manifestações populares em que os participantes defendiam atos antidemocráticos.

Os manifestantes pediam intervenção militar e criticavam os poderes Legislativo e Judiciário – especificamente, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e os ministros do STF.

Em sua participação, Bolsonaro perde a paciência e declara:

"Temos as Forças Armadas ao lado do povo, pela lei, pela ordem, pela democracia, pela liberdade"

E cita também que:

"não vamos admitir mais interferência; acabou a paciência".

Em uma de suas frases mais polêmicas, o presidente ainda afirmou: "Peço a Deus que não tenhamos problemas nessa semana. Porque chegamos no limite, não tem mais conversa. Daqui para frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição".

As declarações ocorrem logo depois de Bolsonaro enfrentar importantes perdas, como a suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem para diretor-geral da PF, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes do STF.

A troca deste cargo foi pivô da recente saída de Moro do Governo. Hoje, o presidente nomeou Rolando de Souza para o comando da organização.

Juristas, políticos e entidades apresentaram notas de repúdio à manifestação, tanto por seu teor, quanto pelo uso de violência contra a imprensa pelos participantes. A equipe do jornal O Estado de S. Paulo foi agredida a chutes e murros.

Ministro da Defesa emite nota reafirmando compromisso com democracia

Nesta segunda-feira, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, apresentou uma nota afirmando que "as Forças Armadas estarão sempre ao lado da lei, da ordem, da democracia e da liberdade; este é o nosso compromisso".

Na nota, o ministro aposta que as Forças Armadas consideram imprescindível haver independência e harmonia entre os Poderes. Em relação à agressão sofrida por profissionais de imprensa, Azevedo e Silva afirma que é inaceitável.

Augusto Aras pede apuração das agressões

Aurusto Aras, procurador-geral da República, solicitou ao MP do DF a apuração das agressões a profissionais de imprensa na manifestação.

Como não há pessoas com foro privilegiado envolvidas nos ataques, o MP Federal entendeu que não cabe uma investigação da PGR.

Aras afirmou que, no seu entendimento, os eventos são especialmente graves porque afetam a liberdade de imprensa, garantida pela Constituição e essencial no Estado Democrático de Direito.

Marco Aurélio reage no STF

No STF, o ministro Marco Aurélio pediu ao presidente Dias Toffoli que decisões interferindo em outros poderes sejam apresentadas para discussão no Colegiado, em vez de tomadas monocraticamente.

Na justificativa do pedido, Marco Aurélio mencionou a necessidade de fazer esforços para preservar a harmonia entre os três Poderes.

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