A saída de Salim Mattar e Paulo Uebel, da equipe de Paulo Guedes, provocou reações em diferentes direções. Agora o mercado receia um impacto nos compromissos fiscais e no cumprimento do teto de gastos.

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Outros apostam que o teto será mantido, apesar das demissões.

Isso pois, o apoio de Rodrigo Maia à manutenção do teto de gastos reforçaria a agenda econômica do ministro da Economia.

Entretanto, opiniões recentes de Bolsonaro têm direcionado as expectativas de que haverá um afrouxamento no pacto pela responsabilidade fiscal.

A frase dita pelo presidente revelou uma guinada populista:

“a ideia de furar o teto existe, o pessoal debate, qual o problema?".

Soma-se a isto os recentes resultados da pesquisa de opinião do Datafolha, que sinalizam uma melhoria considerável na popularidade de Bolsonaro.

Nesta pesquisa, realizada em 11 e 12 de agosto, tem-se que 37% dos entrevistados acham o governo ótimo e bom.

É a maior marca registrada desde o início do mandato. Em junho, eram 32%.

No mesmo período, caíram de 44% para 34% os que o consideram ruim ou péssimo.

Logo, somando os 5 pontos de melhoria na aprovação, e a queda de 10 ponto no resultado de reprovação, tem-se uma mudança de 15 pontos favorável ao presidente.

Pode-se argumentar que isso é, em grande medida, fruto do auxílio emergencial.

Embora Bolsonaro tente apoiar Guedes na fala de que a manutenção deste gasto é insustentável, pelo ponto de vista fiscal, receia-se que o aumento recente de sua aprovação possa redirecioná-lo para um comportamento de complacência com a irresponsabilidade.

Esse cenário gera uma incerteza política que o investidor deve ter em mente na hora de administrar seu portfólio.

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De um lado, tem-se que o desequilíbrio fiscal desenfreado pode ter impactos nocivos para a estabilidade da inflação de longo prazo e, portanto, dificultar a manutenção dos juros baixos.

Por outro, pode-se deduzir que uma inclinada populista de Bolsonaro poderia gerar, de certa forma, um alívio político para salvar ao menos uma parte dos objetivos da agenda econômica de Guedes, em especial as propostas de privatização.

Sobre isto, tem-se o reforço do argumento de que as privatizações poderiam contribuir para diminuir as  pressões provocadas pelo excesso dos gastos públicos e, assim, permitir as políticas atuais.

O avanço das privatizações seria positivo para alguns ativos, mas seria insuficiente para o direcionamento geral das políticas fiscal e monetária no sentido de uma sustentabilidade de longo prazo, visto o acúmulo preocupante de um enorme déficit primário para o final de 2020.

Dados publicados recentemente pelo Ministério da Economia mostram que a expectativa do mercado para o déficit público para o final de 2020 subiu de R$ 765,867 bilhões para R$ 822,607 bilhões, enquanto se espera um aumento da dívida pública para 94,3% do PIB.

Diante disso tudo, devemos nos ater para as questões de como o jogo político irá se desenrolar e, consequentemente, impactar os mercados. Creio ser este um dos principais temas que irão ditar o ritmo de crescimento os ativos nos próximos períodos.

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