O que é Bolha das Tulipas

A Bolha das Tulipas foi a primeira bolha especulativa da história. O evento aconteceu em ao longo do século XVII e estourou no inverno 1636-1637, o que gerou uma forte depressão econômica.

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Foi também devido à comercialização de tulipas e contratos de títulos de tulipas que se formou o primeiro mercado de derivativos do mundo.

A crise das tulipas também mudou o mercado financeiro da época: os holandeses (e outros europeus levados pela bolha das tulipas) passaram a desconfiar de outros investimentos especulativos.

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O que é bolha 

Bolha se refere a uma situação em que o preço de algo - uma ação, um ativo financeiro, um setor, mercado ou classe de ativos inteiro - excede seu real valor e descola-se da realidade devido à especulação.

Toda bolha, inevitavelmente, irá estourar. O que não se sabe é quando este fenômeno se dará. Após o estouro, os detentores dos ativos tentam vendê-los de forma massiva, o que faz com que os preços caiam, muitas vezes de forma dramática.

O que é derivativo

As tulipas formaram o primeiro mercado de derivativos do mundo. Derivativos são instrumentos financeiros cujo preço deriva de outro ativo, taxa de referência ou índice de mercado.

Existem diversos derivativos no mundo hoje. Entre os derivativos físicos, pode-se citar:

  • Boi-gordo
  • Soja
  • Café

Entre os derivativos financeiros, existem:

Atualmente, as tulipas não são mais um derivativo tão interessante, mas conhecer a sua história na Europa é importante para entender sinais de que bolhas estão se formando no mercado. 

Início da Bolha das Tulipas 

A história da bolha começou em 1593, quando o botânico Carolus Clusius trouxe à Holanda alguns bulbos de tulipa vindos de Constantinopla.

As tulipas eram muito raras e se tornaram uma obsessão na Holanda. Já no século XVII, as flores se tornaram um símbolo de status no país.

A valorização das tulipas se deu de forma descontrolada. Os preços aumentaram e quanto mais rara a tulipa, mais valiosa e cara a planta se tornava. 

Com o aumento do preço das tulipas, iniciou a especulação. Especuladores compravam bulbos da planta e vendiam a preços exorbitantes.

Bolha das Tulipas como início do mercado de derivativos

As tulipas, contudo, possuem uma característica interessante: demoram entre 7 e 12 anos para florescerem após serem plantados. Isso limitava a venda da planta durante alguns períodos. 

A fim de contornar este obstáculo e manter a negociação de tulipas durante todo o ano, os especuladores holandeses passaram a vender contratos de tulipas – semelhantes aos atuais contratos de futuros negociados na bolsa de valores.

Ao assinar um contrato de tulipas, o comprador se compromete a adquirir uma tulipa no final da temporada por determinado preço, tal qual hoje se dá com os contratos de derivativos.

As pessoas ficaram obcecadas com as possibilidades de aumento do preço das tulipas e as chances de ganho derivadas de revenda da planta por valores ainda maiores do que aqueles pagos. 

O frenesi em relação às tulipas ultrapassou as barreiras da Holanda. Franceses e ingleses também apostaram nas exóticas plantas e no seu mercado altamente lucrativo.

Os contratos de venda de tulipas também passaram a ser negociados na Bolsa de Amsterdã nas primeiras décadas do século de 1600.  

Estouro da Bolha das Tulipas

Em 1636, um comprador da cidade de Haarlem não honrou seu contrato de compra das tulipas holandesas. Isso deu início ao pânico generalizado no mercado.

Tal como acontece normalmente em bolhas, quando os agentes econômicos se deram conta que se tratava de uma especulação descolada da realidade, os preços despencaram. O valor de cada tulipa caiu para um centésimo dos preços anteriormente praticados.

Outros investidores passaram a não honrar os contratos de venda das tulipas – levando os vendedores da planta à falência.