Dois bilionários russos, Mikhail Fridman e Oleg Deripaska, pediram o fim da guerra da Rússia na Ucrânia, noticiou a Reuters.
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Em uma carta para seus funcionários, Fridman disse que o conflito está criando uma barreira entre os dois povos, que são irmãos há séculos.
Fridman, que é de origem ucraniana, chamou a guerra de tragédia para o povo de ambos os países.
"Nasci no oeste da Ucrânia e vivi lá até os 17 anos. Meus pais são cidadãos ucranianos e moram em Lviv, minha cidade favorita", escreveu Fridman na carta, cujos trechos foram vistos pela Reuters.
"Mas também passei grande parte da minha vida como cidadão da Rússia, construindo e desenvolvendo negócios. Estou profundamente ligado aos povos ucraniano e russo e vejo o conflito atual como uma tragédia para ambos", escreveu.
“Esta crise custará vidas e prejudicará duas nações que são irmãs há centenas de anos. Embora uma solução pareça assustadoramente distante, só posso me juntar àqueles cujo desejo fervoroso é que o derramamento de sangue termine”, acrescentou na carta
Fridman é presidente do Alfa Group, um conglomerado privado com participações em petróleo e gás, bancos, seguros e empresas de varejo.
O bilionário também é presidente do Alfa Bank, a quarta maior empresa de serviços financeiros da Rússia.
Seu patrimônio é avaliado em US$ 11,7 bilhões pela Forbes, colocando-o na posição de 128ª pessoa mais rica do mundo.
O pedido de paz entre os dois povos foi ecoado por Oleg Deripaska, um bilionário que fez fortuna no negócio de alumínio.
Ele usou o Telegram no domingo para pedir que as negociações de paz comecem “o mais rápido possível”.
"A paz é muito importante", disse Deripaska, que é o fundador da gigante russa de alumínio Rusal, na qual ele ainda detém participação por meio de ações na controladora En+ Group.
O bilionário possui cerca de US$ 4 bilhões de patrimônio e está entre as pessoas mais ricas da Rússia.
Ele também abordou a situação econômica em uma série de posts nesta segunda-feira (28), quando o rublo caiu quase 30% em relação ao dólar e o mercado de ações da Rússia não abriu para negociação, noticiou a CNN.
“Eu realmente quero esclarecimentos e comentários inteligíveis sobre a política econômica para os próximos três meses”, disse Deripaska, acrescentando que a decisão do banco central de aumentar drasticamente as taxas de juros e forçar as empresas a vender moeda estrangeira é o “primeiro teste de quem vai estar realmente pagando por este banquete.”
“É preciso mudar a política econômica, [nós] precisamos acabar com todo esse capitalismo de Estado”, acrescentou.
A relação de Deripaska com a política russa é profunda. Ele era casado com a filha de Valentin Umashev, ex-chefe de gabinete e atual genro do primeiro presidente da Rússia, Boris Yeltsin.
Em 2016, os Estados Unidos impuseram sanções contra ele e outros russos influentes que possuem laços com o presidente Vladimir Putin após a suspeita de interferência russa nas eleições norte-americanas, que Moscou nega até hoje.
Os chamados oligarcas da Rússia, grupo de russos extremamente ricos que ganharam destaque após a queda da União Soviética em 1991.
Eles já exerceram influência significativa sobre o presidente Boris Yeltsin na década de 1990, e, atualmente, estão enfrentando o caos econômico depois que o Ocidente impôs severas sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia.
Outro bilionário russo disse à Reuters sob condição de anonimato que a guerra seria uma catástrofe.
"Vai ser catastrófico em todos os sentidos: para a economia, para as relações com o resto do mundo, para a situação política", disse ele.
Os 22 bilionários mais ricos da Rússia perderam US$ 39 bilhões em um único dia, na quinta-feira.