Bernie Madoff atraiu milhares de investidores ao orquestrar o maior esquema Ponzi (uma espécie de pirâmide financeira) da história dos Estados Unidos.

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A reputação de Madoff como corretor de ações, consultor de investimentos e ex-presidente do conselho da bolsa eletrônica Nasdaq foi manchada.

Ele entrou para a história como o criador do esquema Ponzi que resultou em perdas estimadas em US$ 65 bilhões.

Além dos milhares de clientes, Madoff viu sua família desabar junto com seu esquema que funcionou por décadas.

As fraudes e golpes financeiros fazem vítimas no mundo inteiro atraídas por altos retornos que se dizem “garantidos”.

Esses esquemas são muito bem arquitetados para se tornarem atrativos e conseguir cada vez mais pessoas.

Diferente do que se possa pensar, esses esquemas fraudulentos não atraem apenas leigos nas finanças.

Na fraude arquitetada por Bernie Madoff as vítimas incluem alguns renomados investidores e grandes instituições do mercado financeiro.

Madoff se declarou culpado de 11 acusações criminais relacionadas a lavagem de dinheiro, perjúrio e falsificação de documentos financeiros e foi condenado a 150 anos de prisão, o máximo permitido nos Estados Unidos.

Conheça o caso Bernie Madoff, o norte-americano que roubou bilhões de dólares de milhares de pessoas quando comandava uma prestigiada empresa de administração de ativos em Manhattan.

Quem é Bernard Madoff

Bernard Madoff é fundador e presidente da Bernard L. Madoff Investment Securities LLC, empresa de investimentos e negociação de ações fundada na década de 1960.

Sua empresa esteve entre as cinco que impulsionaram o desenvolvimento da bolsa de valores Nasdaq, onde o próprio Bernard foi ex-presidente.

Em 2008, no auge do colapso econômico dos Estados Unidos, ele foi acusado de fraudar investidores em mais de US$ 65 bilhões ao longo de 20 anos.

Ficou comprovado que o lucro de investidores antigos vinha do dinheiro de novos investidores.

Bernard Madoff comandava o maior esquema Ponzi já registrado por uma só pessoa na história dos Estados Unidos.

Nome Completo: Bernard Lawrence Madoff

Idade: 82 anos

Nascimento: 29/04/1938

Nacionalidade: Norte-americano

Crime: Fraude bancária, fraude fiscal, fraude de investimento, lavagem de dinheiro, formação de esquema de pirâmide, estelionato e desvio de dinheiro.

Pena:150 anos de prisão e indenização de US$ 117 milhões.

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Vida e carreira

Bernard Lawrence "Bernie" Madoff nasceu em Nova York no dia 29 de abril de 1938. É formado em ciência política pela Hofstra University.

Casado com Ruth Madoff, teve 2 filhos: Mark Madoff (1964–2010) e Andrew Madoff (1966-2014).

Bernard começou sua carreira no mercado financeiro em 1960, quando criou uma pequena empresa para a negociação de ações, a Bernard L. Madoff Investment Securities LLC com dinheiro emprestado por seu sogro.

A ascensão foi rápida e na década de 80 sua empresa era responsável por mais de 5% do volume de negociações na Bolsa de Nova York.

Não se sabe ao certo quando o sistema de fraude começou, mas ele se seguiu por aproximadamente duas décadas até ser comprovado que ele usava o dinheiro de novos investidores para garantir o lucro de investidores antigos.

O esquema é conhecido como Ponzi, uma espécie de pirâmide financeira.

No dia 10 de dezembro de 2008, Madoff confessou à família. No ano seguinte, foi condenado a 150 anos de prisão.

Como consequência da fraude a família se afastou.

Nenhum dos dois filhos conversava com o pai e sua esposa, Ruth, teve de escolher entre o marido e os filhos.

Em dezembro de 2010 seu filho mais velho, Mark, cometeu suicídio. Em 2014 morreu seu filho mais novo, Andrew, vítima de câncer.

Em 2017, Bernard Madoff chegou a criar um monopólio dentro da penitenciária onde está preso ao comprar todo o estoque de uma bebida instantânea e revender a outros detentos por um preço maior.

Bernie Madoff morreu na prisão em 14 de abril de 2021 aos 82 anos.

O Esquema Ponzi de Bernard Madoff

Usando sua empresa, Bernard Madoff convenceu milhares de investidores a utilizarem suas economias para em um modelo de negócio conhecido como esquema Ponzi.

Nunca dando muitas explicações do que era feito, ele prometia lucros consistentes.  Em épocas boas ou ruins, ele era capaz de pagar 10% ou mais de rentabilidade todos os anos.

Porém, seu esquema era usar o dinheiro de novos investidores para pagar dividendos aos mais antigos, operação financeira ilegal.

Diferente de outros esquemas de pirâmide comuns, os negócios de Madoff acabaram se sustentando por muitos anos.

O golpe só foi descoberto em 2008, no auge do colapso econômico dos EUA, quando diversas pessoas optaram por resgatar seus investimentos e foram informados que seus pedidos não poderiam ser atendidos.

Sob crescente pressão, Madoff acabou admitindo as fraudes e preso, sentenciado a cumprir 150 anos de prisão.

Madoff utilizou de sua reputação “exemplar” na comunidade financeira para atrair investidores e grandes instituições financeiras.

Entre suas vítimas estão uma organização de caridade financiada pelo cineasta Steven Spielberg, o dono da equipe de beisebol New York Mets, Fred Wilpon e o proprietário do "New York Daily News", Mortimer Zuckerman.

Grandes bancos e fundos de pensão, como o Banco Santander, HSBC, Banco Real da Escócia e a Korea Teachers Pension também foram lesados.

Ainda na prisão, Madoff afirma que os grandes bancos eram cúmplices em seu esquema, pois segundo ele, “não era possível que esses bancos e fundos não soubessem que havia problemas.”

O início da fraude

Em 1960, com dinheiro emprestado pelo sogro e US$ 500 de suas economias, Bernard Madoff fundou a Bernard L. Madoff Investment Securities.

Seus primeiros negócios vieram das “sobras” do Goldman Sachs (GSGI34) e do Bear Stearns, que posteriormente foi comprado pelo JP Morgan (JPMC34).

No fim dos anos 80, Madoff estava enriquecendo, chegando a ganhar mais de US$ 100 milhões ao ano.

Aos poucos, ele ia ganhando a atenção do mercado oferecendo retornos estáveis de 15% a 20% que, conforme insiste em afirmar para a revista New York, eram perfeitamente legais.

No final da década de 80, início dos anos 90, a recessão econômica já era uma realidade. Foi nessa época que o esquema começou de fato.

Madoff passou a usar o capital dos novos investidores para pagar “retornos sólidos” para os velhos.

Apesar de falsos, as demonstrações de resultado que divulgava exibiam ganhos de 15%.

Esses retornos faziam propaganda de si mesmos e cada vez mais dinheiro novo chegava. Esta foi a “salvação” de Madoff no médio prazo.

Segundo ele, era impossível dizer àquelas pessoas que ele havia falhado, pois estava com muito medo, disse à revista New York.

Enquanto todos estavam “ganhando muito dinheiro”, ele escondia a fraude.

Em 2000, teve a chance de vender sua empresa por US$ 1 bilhão, mas se recusou, já que isso revelaria seu “problema”.

“Meus filhos, meu irmão e minha esposa acharam que eu estava louco por não vender”, disse.

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Esquema escondido da família

Madoff guardou o esquema em segredo até mesmo para a sua família.

Imagine ir para casa toda noite e não poder contar nada à sua esposa, ter de viver com esse machado pairando sobre a cabeça sem poder dizer coisa alguma aos filhos, ao meu irmão, vendo-os todos os dias na empresa sem poder confidenciar nada a ninguém.

Os dois filhos de Madoff, Mark e Andrew, trabalhavam em sua empresa, porém em um lado do negócio que não estava diretamente ligado ao esquema Ponzi.

Isso pode ter levado alguns a acreditarem que a família possa ter sido cúmplice, mas não foi encontrada prova alguma de que ela soubesse do esquema.

Os garotos idolatravam o pai. Madoff conta que quando eles eram pequenos, se sentavam entusiasmados à mesa do jantar ouvindo as aventuras do pai em Wall Street.

O pai era um homem que tinha feito muita gente ganhar dinheiro.

Mais tarde, Andrew chegou a dizer a um amigo que seu pai “tinha um jeito de conquistar as pessoas, ou de impor sua vontade que, às vezes, era bom; outras vezes, não, mas não havia como recusar”.

Crise de 2008: A queda de Madoff

Madoff diz que sonhava em sair do buraco que ele havia cavado e estava certo que algum milagre ia acontecer.

Por volta de 2002, se deu conta de que isso não passava de fantasia.

Àquela altura, as cifras eram tão astronômicas que eu, sinceramente, não sabia mais em que me apegar.

Então, ele foi em frente.

Conseguiu sustentar o esquema até 2008 quando, em meio à crise financeira, diversos investidores solicitaram a retirada do dinheiro dos fundos.

Mas ele não tinha esse dinheiro em conta e tentou sua “última tacada” se reunindo com diversos investidores para tentar levantar capital suficiente para pagar os que estavam retirando dinheiro.

Ele devia US$ 7 bilhões em resgates, mas só conseguiu US$ 700 milhões, valor que poderia ter mantido o esquema em funcionamento ainda por algumas semanas.

Cansado, decidiu abrir o jogo.

No dia 10 de dezembro de 2008, três meses depois que o mercado acionário americano desabou, reuniu  todos no escritório da casa.

“Devo uma fortuna e não vou conseguir pagar”, ele disse à família.

“Não sei o que mais dizer a vocês. Não sei o que vocês devem fazer”, prosseguiu Madoff.

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O fim de Madoff

Réu confesso, Madoff foi indiciado em 2009 a 150 anos de prisão e US$ 117 milhões de indenização.

Até hoje não se sabe exatamente qual foi o tamanho da fraude financeira, nem mesmo todas as outras pessoas envolvidas.

Estima-se que as fraudes de Madoff resultaram na perda de US$65 bilhões de dólares. Porém, como envolvia bancos, instituições de caridade, pequenos e grandes investidores, o valor pode ser ainda maior.

Algumas famílias perderam o patrimônio de suas vidas.

Houve pelo menos quatro suicídios ligados ao esquema Ponzi de Madoff.

Sendo três de suas vítimas, um aristocrata francês que supostamente enviou clientes para Madoff, um condecorado veterano do Exército que faliu pela fraude e um executivo de fundo de hedge que perdeu milhões.

E o filho de Madoff, Mark Madoff, que também se matou em 2010.

No começo de 2020, Madoff, com 81 anos de idade, pediu para que fosse liberado da prisão afirmando que estaria morrendo.

Ele teria insuficiência renal, e apenas 18 meses. O pedido de Bernard Madoff foi rejeitado e ele permanece preso.

Vítimas do esquema de Bernard Madoff

Madoff enganou não só pequenos investidores, como também entidades bancárias e grupos de investimento. Foram cerca de 37 mil vítimas em 136 países.

De acordo com o The Wall Street Journal, os investidores com maiores perdas incluíam:

  • Fairfield Greenwich Advisors: US$ 7,5 bilhões;
  • Tremont Capital Management: US$ 3,3 bilhões;
  • Banco Santander: US$ 2,87 bilhões;
  • Bank Medici: US$ 2,1 bilhões;
  • Ascot Partners: US$1,8 bilhão;
  • Access International Advisors: US$1,4 bilhão;
  • Fortis: US$ 1,35 bilhão;
  • Union Bancaire Privée: US$1 bilhão;
  • HSBC: US$ 1 bilhão.

Mais de 10 anos depois da prisão de Madoff, o ressarcimento das vítimas ainda não foi concluído.

Dois fundos foram estabelecidos pelo Departamento de Justiça americano compreendendo confiscos de vários processos criminais de Madoff para pagar as indenizações.

Além de liquidar a firma Madoff, os bens e objetos pessoais do operador financeiro foram leiloados.

Até o momento, US$ 14,40 bilhões foram recuperados. (Dados de janeiro de 2021)

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O que aprendemos com o caso Madoff

A fraude de Bernard Madoff oferece algumas lições importantes para os investidores.

O primeiro é ter cuidado com quem você permite que administre seu dinheiro.

Caso não queira investir por conta própria e opte pelos serviços de um profissional, a primeira coisa a se fazer é verificar se ele está habilitado para exercer a função.

Quando for investir em fundos de investimento, saiba quem é o gestor e sua equipe, de onde vieram, sua formação, capacidade, já que o desempenho do fundo irá depender exclusivamente deles.

Leia a lâmina do fundo, saiba os ativos e estratégia adotada. Acompanhe de perto o desempenho, lembre-se que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.

O segundo é não acreditar em rentabilidades astronômicas e garantidas.

E por último, diversificar.  Não concentre seus recursos em apenas uma aplicação ou em um único gestor.

Faça uma boa alocação de ativos, distribuindo seus recursos em investimentos que se encaixem no seu perfil de investidor e objetivos.

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