A Evergrande, a segunda maior incorporadora imobiliária da China, revelou no dia 14 de setembro que pode não conseguir honrar suas dívidas e abalou mercados globais com o risco de um calote colossal, acima dos US$ 300 bilhões.  

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O impasse e a crise continuam na gigante imobiliária na China, apesar das promessas de pagamento de parte dos compromissos e de uma possível injeção de recursos do governo central.  

Analistas mantiveram alerta para a possibilidade de um colapso no sistema financeiro chinês, o que afetaria economias internacionais. Pois que a conjuntura pode ser ainda mais aterradora.  

Outras três companhias — do ramo imobiliário – ameaçam não pagar títulos e bônus, somando dívidas bilionárias. 

É o caso da incorporadora Modern Land, que pediu a seus credores permissão para atrasar o pagamento de um bond de US$ 250 milhões que vence no final deste mês, no mais recente sinal da crise financeira que atinge o setor imobiliário da China, e que envolveu a Evergrande e muitas de suas rivais. 

Modern Land disse ainda que o presidente do conselho de administração e controlador da empresa, Zhang Lei, e o presidente, Zhang Peng, concederão juntos à companhia empréstimos de 800 milhões de yuans, o equivalente a US$ 124 milhões, o que deve ajudar a sanear as finanças do grupo. 

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As ações da Modern Land já caíram mais de 40% neste ano. Os bonds da empresa denominados em dólar e com vencimento em março de 2024 atingiram cotação de 25 centavos de dólar na última sexta-feira, de acordo com a Tradeweb, abaixo dos 72 centavos a que eram negociados no final de setembro. 

Nesta segunda (11), a Modern Land pediu permissão para pagar os bonds que vencem em 25 de outubro com três meses de atraso. Ainda assim, a companhia pretende recomprar 35% dos títulos na data de vencimento original. Os papéis têm juro de 12,85%. 

O diferimento servirá para melhorar a liquidez da empresa, gerir melhor o fluxo de caixa e “evitar qualquer calote em potencial”, afirmou a Modern Land.  

A empresa oferece aos investidores US$ 1 dólar para cada US$ 1.000 em títulos detidos por eles, em uma espécie de recompensa pelo atraso que está pedindo. A companhia precisa da aprovação de ao menos 90% dos credores para conseguir o perdão à data de vencimento. 

Na última semana, a Modern Land informou que suas vendas contratadas para setembro, incluindo imóveis e vagas de estacionamento, totalizaram cerca de 3,56 yuans, ou US$ 553 milhões. O valor representava queda de 22% em um ano. 

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Executivos pedem demissão de outra incorporadora, após empresa não pagar bônus em dólar 

Outra companhia aumenta a crise que começou com a Evergrande. Dois diretores da Fantasia Holdings, incorporadora chinesa, anunciaram a saída da empresa.  

Os executivos pediram demissão dias após a incorporadora chinesa assustar investidores ao não pagar US$ 206 milhões em bônus em dólar que venciam.  

As saídas de Ho Man e Priscilla Wong têm efeito imediato, informou a empresa no fim da segunda-feira (11) em Hong Kong.  

Comunicado da empresa notou que Ho, até então diretor do comitê de auditoria da empresa, “demonstrou preocupação por não ter sido completamente informado sobre certas questões cruciais da economia em um tempo adequado”. 

O default da Fantasia, ocorrido em 4 de outubro, ocorre em meio a vendas fracas no setor na China, preocupações com o tamanho dos estoques dessas empresas e temores que vão para além da endividada Evergrande.  

A Fantasia tem dito que trabalha com governos locais e outros para resolver seus problemas e contratou uma empresa especialista em reestruturações. A ação da empresa teve negociação suspensa desde 29 de setembro.

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Nesta terça (12), o Sinic Holdings Group, construtora com ações na Bolsa de Xangai, comunicou que pode não quitar um título no total de US$ 250 milhões, que vence na próxima segunda (18), e ameaça deixar de pagar outros dois títulos, segundo informou reportagem do Valor Econômico

No último dia 27, o Banco do Povo da China (PBoC) injetou 100 bilhões de yuans (cerca de US$ 15,5 bilhões no câmbio atual) no sistema financeiro chinês por meio de operações de recompra reversa de 14 dias na tentativa de manter a liquidez do sistema bancário em meio a preocupações com as dificuldades financeiras da Evergrande

Neste mês, o PBoC intensificou as injeções de capital diante de crescentes sinais de insolvência da Evergrande. Em 23 de setembro, uma subsidiária da empresa falhou em honrar o pagamento de juros sobre bônus externos. Circulam relatos de que o governo chinês irá reestruturar a Evergrande e estatizá-la. 

As preocupações de que a Evergrande não pague seus bônus geraram vendas de papéis de outras companhias no setor imobiliário, pesando sobre fundos gerenciados por Ashmore GroupBlackRock e Pacific Investment Management

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Enquanto os bônus da Evergrande eram negociados a cerca de US$ 0,25 em boa parte de setembro, se disseminaram as vendas de bônus de outras grandes incorporadoras da China.  

Nos últimos anos, gerentes de ativos do Ocidente passaram a comprar cada vez mais bônus corporativos da China nos últimos anos, apesar dos sinais de uma bolha imobiliária.  

Os compradores almejavam investimentos que pagassem mais que os retornos modestos de seus mercados domésticos e poderiam se beneficiar do crescimento forte do país, em comparação com mercados desenvolvidos. 

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Fonte: Suno Noticias e Abecip.org.