Grupo Anonymous Brasil vazou ontem (01) um documento no Pastebin (site que torna público trechos de texto) com dados pessoais do Presidente Jair Bolsonaro e pessoas do governo.
→ Carteira Recomendada? Faça um Diagnóstico Online e Receba uma Carteira Gratuita.
Cerca de uma hora após a publicação, a página no twiter @AnonymouBrasil saiu do ar. O motivo da remoção da conta consta como violação das Regras do Twiiter.
As publicações de documentos no Pastebin são de integrantes do governo Bolsonaro:
- Jair Bolsonaro (Presidente, sem partido);
- Eduardo Bolsonaro (deputado federal PSL);
- Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ);
- Carlos Bolsonaro (PSC-RJ);
- Rogeria Bolsonaro (ex-mulher do atual presidente);
- Douglas Garcia (deputado estadual – PSC);
- Abraham Weintraub (ministro da Educação);
- Damares Alves (ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos).
Além de Bolsonaro, filhos e ministros, o dono da Havan e aliado de Bolsonaro, Luciano Hang, também foi alvo do ataque cibernético.
O deputado Douglas Garcia publicou na sua conta no Twitter que fará um boletim de ocorrência sobre a divulgação dos seus dados pessoais.
O documento publicado pelo Anonymous divulga diversas informações pessoais como:
- celulares;
- endereços de email;
- endereços físicos;
- bens declarados;
- participação em empresas;
- score do Cadastro de Pessoa Física (CPF);
- dívidas registradas.
A ação do Anonymous Brasil, que estava sem publicar desde outubro de 2018, pode ter sido desencadeada após ações de Anonymous internacionais.
No último domingo (31), anunciou a sua volta:
"Chamado #AnonymousBrazilNeedsHelp. Estamos preparando nosso barco! Logo teremos vazamentos de dados, estamos preparando. #Anonymous #AntiFascista #Antifa Ajude com RT", diz uma publicação.
No Twitter, as hashtags (palavras-chaves) #Anomymous e #anonymousbrasil estavam entre as mais comentadas da madrugada.
O perfil afirma ainda que outras contas "hacktivistas" estão sendo reativadas na rede social.
A conta americana, que acumula mais de 4,9 milhões de seguidores, mencionou o presidente Jair Bolsonaro no domingo.
"Algo que as pessoas devem olhar no Brasil é investigar se Bolsonaro tem algum vínculo com o traficante e estuprador de crianças John Casablancas, um associado próximo de Trump que atuou como proxy (termo que designa servidores intermediários) para os negócios de Trump no Brasil sob algum cargo obscuro e indefinido", escreveu.
Uma das principais células Anonymous também se pronunciou sobre os protestos contra o fato de um policial branco ter assassinado George Floyd, afro-americano de 46 anos, alegando que iria "expor seus crimes ao mundo".
A justiça dos EUA diz que Floyd não morreu por asfixia como está sendo divulgado, mas sua morte deve ter sido desencadeada pela agressão do policial, já que o homem possuía problemas de saúde.
O que é Grupo Anonymous?
Anonymous é um grupo internacional online hacktivista (combinação da palavra hacker e ativista), fundado em 2003, com células ao redor do mundo, representando o conceito de comunidades online existindo simultaneamente como um cérebro global anárquico e descentralizado.
O grupo é conhecido por realizar vários ataques cibernéticos contra governos, instituições e agências governamentais, empresas e a Igreja de Scientology.
O movimento hacker já derrubou sites de pornografia infantil e luta contra racismo, tráfico de drogas e abuso de instituições governamentais.
O grupo usa o conhecimento técnico para protestar contra a censura ou as injustiças políticas, legais ou sociais (entre outras coisas).
Ao fazer isso, um hacktivista espera chamar a atenção para uma causa e desencadear ações que abordem essas injustiças.
Essas táticas geralmente funcionam. Durante anos, o Anonymous conseguiu atrair atenção mundial por causas específicas, ou outras vezes, apenas por diversão.
As ações mais recentes do grupo foram:
- Corte das Nações Unidas: Em fevereiro de 2020, o Anonymous invadiu o site da ONU e criou uma página para Taiwan, um país sem assento na ONU desde 1971.
A página invadida apresentava a bandeira de Taiwan, o emblema do KMT, uma bandeira da independência de Taiwan e o logotipo anônimo, juntamente com uma legenda. - Morte de George Floyd: em 28 de maio de 2020, após os protestos nos EUA pela morte de George Floyd, o Anonymous divulgou um vídeo no Facebook e o enviou ao Departamento de Polícia de Minneapolis, em que afirma que se vingará do Departamento e vai "expor seus crimes ao mundo".