Ao longo deste ano, o brasileiro deverá ver prazos de financiamento menores, a entrada do crédito imobiliário mais gorda e o limite do cartão de crédito travado.

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Esses são alguns efeitos rapidamente sentidos pelos clientes, com os bancos restringindo o desembolso de crédito diante de um cenário de juros em dois dígitos e desaceleração da economia.

Outro efeito que começa a ser observado na carteira dos grandes bancos é o aumento da inadimplência.

Baseado neste cenário, mês passado a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) disse que o desembolso em empréstimos e financiamentos deverá crescer 6,7% neste ano, ante uma projeção anterior de 7,3%.

Os executivos dos maiores bancos privados confirmam o sinal de alerta.

"Não digo tirar o pé, mas a gente está mais cauteloso", diz o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr.

O banco projeta expansão de 10% a 14% na carteira este ano, nível menor do que os 18% observados em 2021.

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Com a taxa básica de juros tendendo a superar 12%, Lazari acredita que linhas de financiamento imobiliário terão menos interessados.

O presidente do Bradesco também espera empresas menos interessadas em tomar empréstimos, pois não vão fazer investimentos em infraestrutura com o juro nesse nível.

O Itaú Unibanco, maior banco privado do Brasil, vê o crédito crescendo entre 11,5% e 14,5% este ano no País, abaixo dos 23% observados em 2021, quando a carteira do banco bateu na marca inédita de R$ 1 trilhão.

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"Como a gente teve ano muito forte em 2021, é natural que haja arrefecimento em 2022, seja pela base de comparação, seja pela perspectiva macro", disse o presidente do banco, Milton Maluhy Filho, prevendo um arrefecimento dos empréstimos em todas as carteiras, como a de financiamento imobiliário, e um aumento da inadimplência.

No Santander, a expectativa é de um crescimento de até 9% este ano.

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O banco projeta um possível aumento na inadimplência - a instituição separou R$ 13,8 bilhões para fazer frente a possíveis calotes, aumento de 10,3% ante 2021.

Sergio Rial, que acaba de deixar o principal posto executivo do Santander Brasil para assumir a presidência do conselho, ressalta que a inflação alta, que teve em janeiro a maior taxa para o mês em 6 anos, é um fator novo que pode afetar o crédito em 2022, pois corrói o poder de compra da população.

Analista da Ohmresearch, Carlos Macedo aponta que o desembolso de crédito já está mais fraco, diante do crescimento rápido da inadimplência, como resultado do fim dos programas do governo, que injetaram dinheiro na economia, e o vencimento de carteiras de clientes que foram renegociadas nas pandemias.

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 "A onda de adimplência vai desaparecer", comenta o especialista.

Ele, contudo, não acredita que os índices ficarão fora de controle e lembra que os bancos brasileiros estão bem provisionados.

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Fonte: Estadão Conteúdo.