O que é Afrouxamento Quantitativo

O Afrouxamento Quantitativo é uma medida pouco ortodoxa de política monetária que um país pode adotar em tempos de crise para conseguir ajustar a sua economia.

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Essa política monetária consiste no Banco Central de um país adquirir títulos públicos ou privados de longo prazo do mercado aberto, geralmente em posse de bancos privados.

No entanto, não existe um consenso a respeito das consequências a curto, médio e longo prazo que esse tipo de prática pode causar.

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Objetivo do Afrouxamento Quantitativo

Países que adotam o Afrouxamento Quantitativo estão buscando uma forma de aquecer a economia que está ou estagnado ou em declínio. 

São muitas variáveis que podem afetar a economia de um país, desde acontecimentos internos até acontecimentos externos.  

Atualmente, a crise do coronavírus tem afetado drasticamente a economia de praticamente todos os países do mundo e, por consequência, muitos deles têm adotado essa estratégia.

É por meio do Afrouxamento Quantitativo que os países objetivam alcançar algumas dessas metas:

  • Fazer a taxa de juros cair (no Brasil essa é a Taxa Selic);
  • Estimular empréstimos;
  • Aumentar a inflação.

O Afrouxamento Quantitativo tem condições de alcançar estes objetivos porque, para comprar os títulos públicos e privados, que é a medida principal dessa política monetária, o banco central imprime mais dinheiro.

E é justamente por causa dessa prática de impressão de dinheiro que muitos economistas não veem essa medida com bons olhos, apesar de muitos outros a defenderem como um último recurso.

Os efeitos do Afrouxamento Quantitativo

É sempre importante analisar o contexto no qual cada país está inserido para verificar a possibilidade de aplicar um Afrouxamento Quantitativo, visto que os efeitos causados podem ser positivos ou negativos.

Em relação aos efeitos esperados dessa política, sem acepção de serem bons ou não, é possível falar sobre:

  1. Uma melhora na situação financeira dos bancos que agora poderão conceder empréstimos mais amigáveis.
  2. A disponibilidade e acessibilidade do crédito farão com que a moeda desvalorize e os preços aumentem.
  3. As pessoas começarão a se sentir mais confiantes para se endividar com consumo e investimento
  4. Fazer exportações se tornará mais fácil e até mesmo a mão de obra ficará mais barata para se contratar.

E justamente por causa desses efeitos, uma das principais críticas que se faz ao afrouxamento quantitativo, é o incentivo que ele cria para a irresponsabilidade financeira.

Uma irresponsabilidade que pode ser gerada tanto pelo governo que ao invés de encontrar melhores formas de gerir seu orçamento fazendo um controle de gastos eficiente, simplesmente cria mais dinheiro e se endivida ainda mais.

E da própria iniciativa privada que ao ver juros tão baixos, acaba se arriscando em empreendimentos menos seguros, pois estão recebendo a anuência dos bancos para tal.

Afrouxamento Quantitativo é o último recurso

O motivo do Afrouxamento Quantitativo ser considerado uma medida não ortodoxa é justamente pelos efeitos adversos e muitas vezes imprevistos que podem ocorrer.

Quando um país entra em crise e a sua economia não parece estar se movimentando de forma adequada, existe o risco de deflação

Deflação é a direção contrária da inflação, ou seja, ao invés dos preços subirem, eles caem vertiginosamente por falta de interesse ou impossibilidades dos consumidores de adquirirem produtos ou serviços.

Nessas condições, o Banco Central e o governo perdem as suas ferramentas de controle e influência da economia, pois ninguém está fazendo negócios.

Então, como último recurso, eles adotam o Afrouxamento Quantitativo, que pode ou não ter uma meta de quantidade de títulos comprados e dinheiro impresso a ser inserido no mercado.

Todavia, não é possível prever se uma maior oferta de dinheiro e crédito de fato irá atrair as pessoas de volta ao comércio. Em alguns casos o problema pode necessitar de uma solução mais tradicional.