O que é acordo de recompra

No mercado financeiro, chamamos de acordo de recompra Repurchase Agreement ou simplesmente Repo um instrumento para negociação de títulos do governo, onde o vendedor se compromete a recomprar os títulos vendidos após certo prazo.

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Na prática, sob a ótica do vendedor, podemos dizer que esse tipo de operação se assemelha bastante com um empréstimo. 

Em um acordo de recompra, o vendedor negocia seus títulos, capta recursos no mercado, sendo que algum tempo depois precisa recomprar os títulos em questão, semelhantemente a um empréstimo.

Por outro lado, sob o ponto de vista do comprador, um acordo de recompra pode ser visto como um investimento de curto prazo.

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Como funciona o acordo de recompra na prática

Para que não fiquem dúvidas sobre o assunto, vamos verificar como funciona um acordo de recompra na prática.

Antes de mais nada, precisamos entender o que leva o governo a emitir títulos públicos. Afinal, esses são os títulos negociados em um acordo de recompra.

Como todos nós sabemos, o governo em suas diferentes esferas, precisa de recursos para operar a máquina pública e oferecer serviços ao cidadão, dentre eles, serviços de saúde, educação, segurança e muitos outros.

Uma das formas que o governo tem para captar recursos se dá através dos impostos e taxas cobradas das empresas e da população. 

No entanto, em determinados momentos, esses recursos podem não ser suficientes, obrigando o governo a captar dinheiro no mercado.

Na maioria das vezes, essa captação de recursos acontece a partir da emissão de títulos públicos.

Por sinal, os títulos públicos funcionam como uma espécie de empréstimo, onde o governo se compromete a remunerar a determinada taxa de juros e após certo período aqueles que comprarem os títulos em questão.

Os títulos públicos são emitidos pelo Banco Central e em geral comercializados e distribuídos aos investidores por instituições bancárias e corretoras.

Logo, quando uma instituição bancária vende um ou mais títulos públicos aos investidores, essa venda pode ficar atrelada a um acordo de recompra.

Quando isso acontece, os títulos são geralmente vendidos aos investidores no final do dia e recomprados logo no dia seguinte com uma pequena margem de juros.

Em geral, os bancos utilizam esse tipo de artifício para levantar recursos no curto prazo e manter um volume seguro de reservas em caixa.

Veja um exemplo prático:

João adquire 1000 títulos com acordo de recompra no Banco XYZ ao custo de R$ 100,00 cada título.

No dia seguinte, o Banco XYZ recompra os títulos de João, pagando R$ 100,20 em cada título.

Na operação, João conquistaria um lucro de R$ 200,00 e o Banco por sua vez, obteria recursos de curto prazo para seus objetivos e negócios.

Acordo de recompra vale a pena

Muitos se perguntam se os acordos de recompra são vantajosos o bastante para justificar a sua utilização, por parte dos bancos, afinal essas instituições naturalmente podem captar recursos de outras fontes com certa facilidade.

No entanto, por incrível que pareça, os acordos de recompra são sim vantajosos para os bancos, muito em virtude da sua praticidade e segurança.

Vale destacar, que para as instituições financeiras, esse tipo de transação não chega nem mesmo a ser considerada como um empréstimo, mas sim, uma simples operação de compra e venda de títulos.

Por outro lado, agora sob o ponto de vista do investidor, também não se pode negar que um acordo de recompra se demonstre vantajoso, afinal, há sempre uma remuneração (juros) atrelada ao valor de recompra.

Por fim, como podemos observar, as operações de recompra de títulos públicos demonstram-se vantajosas para ambas as partes envolvidas.