Venho aqui reforçar a minha opinião de que não devemos apostar contra o mercado.

Carteira Recomendada? Faça um Diagnóstico Online e Receba uma Carteira Gratuita.

Essa tese vale sobretudo para agora.

O fato é que o mercado está com o modo risk on ligado. 

Com juro real zero “no mundo inteiro” e hedges de ouro e dólar considerado caros pelos gestores, sobram empresas no radar.

Claro, isso é uma opinião que vem de gestores profissionais, o investidor pessoa física deve sempre ter uma reserva de emergência bem formada antes de investir em ações.

Tesouro Selic resolve o problema, mas sabemos de várias opções de fundos DI baratos.

A questão é: não dá mais para não ter ações no portfólio.

Para mim, um processo a ser intensificado na próxima década, no Brasil e no mundo, é o financial deepening.

Como o surgimento de plataformas, redução de custos de transação, juros baixos, a pessoa física está sentindo no bolso que poupar por poupar já não gera recompensa.

Em 2017 tínhamos menos de 500 mil CPF na bolsa brasileira.

Em junho de 2020 completamos 2,7 milhões. 

Não existe mais ganho adicional sem correr riscos.

Ninguém mais enche a barriga sem se mexer.

Do mais conservador ao mais arrojado investidor, ter de 10% a 40% do portfólio alocado em ações é necessário para os 10 anos que estão à nossa frente.

Se você ainda não sabe qual o é o seu perfil e qual a alocação de ações, faça aqui um teste online de perfil de investidor, você descobrirá qual o seu apetite a risco para ter maiores ganhos.

Os Bancos Centrais, Fed, BCE, BoJ e, pasme, até o BCB, estão inundando as economias de estímulos.

Com tanta liquidez no mercado e sem ativos de renda fixa ou proteção atrativos, o caminho é o risco.

E as apostas são bem claras: os gestores estão buscando empresas que se enquadram em cenários de winner takes all.

Ao contrário do que se imagina, mesmo com o surgimento exponencial de empresas dos mais diversos setores, os vencedores devem ser cada vez um grupo mais restrito.

Os vencedores vão ficar com tudo.

Veja, Elon Musk ultrapassou Buffett na lista de bilionários da Bloomberg

Estaria o tech superando o Value Investing clássico?

Os líderes de mercado tendem e ficar cada vez mais líderes, condição que já estava em curso e que a pandemia deixou ainda mais latente.

Veja a força de uma Apple (AAPL34), Facebook (FBOK34), Amazon (AMZO34)…

Não por acaso, no Brasil os vencedores da crise são os líderes de mercado.

Ora, não é preciso ir longe para ver que uma Lojas Renner (LRNE3) atravessa a crise com mais folga do que Hering (HGTX3), Marisa (AMAR3) e Guararapes (GUAR3).

Sem olharmos para os valuations, são as líderes que gozam de melhor condição para vida durante e pós-pandemia.

A Magazine Luíza (MGLU3) está voando, incluindo pequenos vendedores dentro de sua plataforma, o que traz cada vez mais semelhanças com o modelo de negócios do Alibaba, líder na China. 

Não é dizer que o Value Investing morreu, mas com tanto acesso à informação, os múltiplos baixos já não podem mais significar algo relevante.

Se investir em empresas com  múltiplos baixos fosse Value Investing, qualquer um poderia ser Warren Buffett.

Como Investir no Cenário Econômico Atual? Veja a Melhor Ação de Dividendos Hoje.

Como estão os múltiplos das techs americanas?

E aqui no Brasil: Magazine Luiza, Mercado Livre, B3, XP Investimentos, BTG Pactual (BPAC11), Lojas Americanas (LAME4), Weg (WEGE3), Totvs (TOTS3)… cada vez mais caras.

De alguma forma já é muito facilmente difundida a informação que separa o que é bom e o que é ruim.

Ora, se há mais demanda por coisas boas e menos por coisas ruins, é natural que o bom fique caro (com múltiplos cada vez mais esticados) e que o ruim possa ficar cada vez mais barato à medida que não melhora.

Isso são só ideias, mas refletindo mais um pouco:

quando o gringo voltar a comprar bolsa brasileira, ele voltará para comprar Vale (VALE3), Petrobras (PETR4), Usiminas (USIM6), Gerdau (GGBR4), como foi no período de 2002 a 2008?

Ou ele vai pegar empresas que dispõem de sofisticações tecnológicas, ganhos de escala e conduta amigável em relação a ESG (Environment, Social and Governance)?

Essas perguntas ainda não possuem respostas, são apenas um questionamento.

Na minha opinião, assim como a pessoas física está se sofisticando como investidor, as empresas também estão, como negócio.

Práticas sustentáveis, impactos sociais, redução de danos ao meio ambiente, cuidado com o bem-estar das pessoas, dos clientes, gerar experiências amigáveis com a tecnologia são aspectos cada vez mais relevantes para grandes investidores.

Sob o risco de estar muito errado, penso que esses temas devem ganhar bem mais holofotes do que uma viga de aço ou barril de petróleo nos anos que seguem.

Ao pensar em horizontes de 5, 10 ou 15 anos, o tech e o sustentável e seriam as minhas apostas.

Aqui está um guia de como lidar com os seus investimentos em ações por longos períodos, para que você possa surfar as tendências seculares.

Seguimos firmes.

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.