Executivos do setor de infraestrutura esperam um 2020 com queda em investimentos, baixa geração de empregos e atraso das reformas estruturantes.

Carteira Recomendada? Faça um Diagnóstico Online e Receba uma Carteira Gratuita.

É o que aponta a nova edição do Barômetro da Infraestrutura Brasileira, sondagem semestral realizada pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) e EY.

Contudo, há oportunidades para minimizar os impactos da crise, afirmam os entrevistados, e elas podem estar em setores com o saneamento, infraestrutura social e energia elétrica.

Melhores Negócios para Investir Hoje? Veja a Melhor Empresa para Receber Dividendos.

Considerado o setor com maior potencial para investimentos nos próximos três anos por 64,94% dos respondentes, o saneamento também dividiu expectativas positivas com a infraestrutura social, como construção de escolas e hospitais.

Em 2019, menos de um quarto dos entrevistados via potencial no setor. Já em 2020, o índice passou para 42,2% e pode estar relacionado ao surgimento da pandemia de covid-19, que expôs fragilidades no sistema público de saúde.

Questionados sobre o potencial de aprovação de reformas estruturantes, os executivos responderam, numa escala de um a dez, que as maiores chances estão na Reforma do Saneamento Básico (5,58) e na Lei Geral das Concessões (5,11).

As concessões, aliás, são outro ponto de preocupação levantado pela pesquisa. 97,4% não acreditam que seja possível cumprir o cronograma de concessões federais e estaduais em 2020, enquanto apenas 1,9% acreditam que os governos sejam capazes de manter os prazos do programa.

"A crise deteriorou o ambiente. O setor privado está pensando no curto prazo, em ajustar os contratos de concessão com os devidos reequilíbrios. Mas há apetite para os ativos de infraestrutura. Isso vale para o governo federal, estados e municípios".

"Os cronogramas das concessões que estão sendo estudadas vão sofrer atrasos, o que é natural, pois estudos precisam ser analisados com mais cuidado".

"O importante é modelar projetos bem qualificados e leilões de concessões com disputa", disse Venilton Tadini, presidente-executivo da Abdib.

Parcerias Público-Privada

A pesquisa também trouxe uma visão sobre projetos de Parceria Público Privada (PPP). Para 39,61% dos respondentes, a União aproveita muito pouco o potencial para investimento em infraestrutura por meio de concessão e PPP.

Os municípios também são percebidos como entes que poderiam utilizar o potencial para investimentos em saneamento básico, resíduos sólidos, mobilidade urbana, iluminação pública e outras áreas que estão dentro da esfera municipal.

Assim como na pesquisa anterior, aproximadamente 60% dos entrevistados demonstram que há interesse em que os municípios façam mais e que o setor está à procura de oportunidades de investimentos nas cidades.

“A ausência de padronização torna a curva de aprendizado no Brasil muito extensa, o que impacta diretamente na estruturação e realização de projetos no que diz respeito às esferas governamentais, empresariais e à infraestrutura do país - além de impactar negativamente a sociedade”.

"Precisamos buscar um panorama em que repactuações, soluções de conflitos e imprevistos serão abordados em um cenário no qual existam confiança e a previsibilidade na tomada de decisões”, afirma Gustavo Gusmão, diretor-executivo para o setor público e infraestrutura da EY.

Nesse contexto, as empresas do setor de saneamento que podem se beneficiar são Sanepar (SAPR11), Sabesp (SBSP3), Copasa (CSMG3).

Segundo relatório da XP todas as ações deverão se valorizar no curto prazo pelo otimismo com aprovação do Novo Marco Regulatório do Saneamento Básico, por duas premissas:

  • melhor percepção regulatória com o setor;
  • processos de privatização que poderão avançar após o projeto passar pelo Senado e sancionado pelo presidente da República.

No segundo caso as empresas Sabesp e Copasa são potenciais candidatas à privatização, sendo que a Copasa existem alguns obstáculos estaduais e municipais para aceitação de propostas de privatização, com preço-alvo de R$ 46/ação, seria a ação mais cara entre as três, segundo XP.

A corretora indica recomendação Neutra na Sabesp, com preço-alvo de R$50/ação é baseado em uma média simples de cenários sem privatização (R$40/ação) e com privatização (R$60/ação).

Devido às incertezas em relação à situação hidrológica do Paraná no curto prazo e ao âmbito regulatório, a XP acredita que o preço das ações estão com desconto em comparação às suas pares tanto no setor de saneamento, quanto em outros setores regulados como o Elétrico.

O preço-alvo da XP é de R$32/ação, porém com a cotação atual de R$ 32,74 a ação já teria atingido o seu preço teto.

Já as empresas do setor de energia elétrica que estão listadas na bolsa de valores:

Sobre o Barômetro da Infraestrutura Brasileira

O Barômetro da Infraestrutura Brasileira é uma sondagem semestral realizada pela Abidb e EY de forma digital que captura a opinião de gestores de investimentos e especialistas que apoiam a estruturação de projetos de infraestrutura.

As repostas capturadas em abril contaram com 154 participantes.

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.