O financiamento imobiliário com recursos da poupança subiu 124%, para R$ 97 bilhões, no primeiro semestre de 2021, ante igual intervalo do ano anterior, informou ontem a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

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A expectativa é que cresça 57% no ano fechado de 2021, para R$ 195 bilhões, um novo recorde histórico.

A presidente da Abecip, Cristiane Portella, disse que o crescimento do crédito deve desacelerar no segundo semestre porque a base de comparação é elevada, já que na segunda metade do ano passado os financiamentos já vinham crescendo bastante.

Ainda assim, ela estima uma expansão de 1% em relação ao primeiro semestre.

Segundo Portella, com a expectativa de novos aumentos da taxa básica de juros, a Selic, e das taxas de longo prazo, o crédito imobiliário deve ficar um pouco mais caro nos próximos meses.

“É natural que tenhamos sim reajuste de taxas, mas não na magnitude de alta da Selic, até pelo ambiente de competição e o desejo dos bancos de manter relacionamentos de longo prazo com os clientes”, diz.

Segundo ela, as taxas poderiam sair do patamar atual de perto de 6,9% para algo entre 7,5% e 8%.

Para a presidente da Abecip, um juro abaixo de 8% é algo que “cabe no bolso” do consumidor e não deve chegar nem perto do pico visto em 2017, quando as taxas atingiram quase 11,5%.

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“Este é melhor momento para comprar um imóvel”, disse em teleconferência. Isso porque, além do aumento de juros, os preços dos imóveis também estão subindo.

Ela lembrou que essa recomposição de preços vem desde 2019 e se acelerou nos últimos meses, mas ainda assim os imóveis estão abaixo do pico de 2014.

Os lançamentos de imóveis cresceram 133% na cidade de São Paulo entre janeiro e maio, ante o mesmo período do ano passado. As vendas avançaram 84%.

Portella disse que os distratos, com crescimento anual de 18% no primeiro quadrimestre, e a inadimplência, em 1,8% em junho (de 1,6% em 2020), não preocupam.

“Pode ser que haja leve aumento em distratos e inadimplência. Mas não é suficiente para interromper o bom momento do mercado”.

Sobre o home equity, ou crédito com garantia de imóvel, a Abecip divulgou que atualmente já existem 95 mil contratos em carteira, com volume financeiro de R$ 11,9 bilhões. Em maio, a concessão foi de R$ 440 milhões.

“Temos um desafio para que esse mercado ganhe tração, por falta de conhecimento das pessoas e um fator cultural. Temos um enorme caminho a ser percorrido, mas há demanda”, disse.

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Fonte: Abecip.org.