O sucesso fenomenal de Warren Buffett é o produto de suas raízes filosóficas, metodologia sólida e temperamento calmo, disse Robert Hagstrom ao Business Insider em uma entrevista recente.
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Hagstrom é o chefe de investimentos da EquityCompass e autor de vários livros sobre o chefe da Berkshire, incluindo "O Jeito Warren Buffett de Investir" e "Warren Buffett: Inside the Ultimate Money Mind", ainda sem versão em português.
Dentre os assuntos abordados, o autor também falou da falta de compras durante a pandemia do famoso investidor e sugeriu que Buffett não se apressará em fazer outra aquisição do tamanho de um elefante para não "manchar seu legado com uma aquisição abaixo da média", disse o Hagstrom.
Confira os 3 elementos da mente financeira de Warren Buffett que o fizeram ser tão bem sucedido de acordo com o autor Robert Hagstrom.
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Máquina de investimento
O compromisso de Warren Buffett com o aprendizado constante, a disposição para se adaptar e a capacidade de bloquear distrações lhe dão uma vantagem sobre outros investidores.
"Os aspectos mentais de administrar dinheiro da maneira certa são bastante desafiadores", disse o autor e gestor do fundo ao Insider.
A abordagem de Buffett é concentrar seu dinheiro em um punhado de ações de boas empresas e mantê-las por anos.
É uma estratégia de investimento simples, mas que muitas pessoas têm dificuldades, pois estão muito ansiosas para comprar e vender a toda hora.
Como estão exageradamente focados no curto prazo, ficam mais vulneráveis ao medo e à euforia.
Para Hagstrom, a calma e a convicção de Buffett nos investimentos refletem a influência de seu pai, que pregou os ensinamentos de Ralph Waldo Emerson, famoso escritor, filósofo e poeta estadunidense, sobre autossuficiência, não conformidade e vida ética.
O investidor também abraça o estoicismo de seu mentor Benjamin Graham, a racionalidade do filósofo Immanuel Kant e o pragmatismo de William James, acrescentou o autor.
Os fundamentos filosóficos, as habilidades de avaliação e a cabeça equilibrada do chefe da Berkshire permitiram que ele deixasse de pegar "bitucas de cigarro" nas ruas como Graham e passasse a comprar negócios maravilhosos a preços justos com seu sócio, Charlie Munger.
Alguns anos atrás, foram esses princípios que permitiram que ele investisse US$ 36 bilhões na Apple (AAPL34) depois de ter evitado a tecnologia durante a maior parte de sua carreira.
"Onde a Berkshire estaria sem a Apple?" Hagstrom pergunta observando que a participação da Berkshire na fabricante do iPhone vale mais de US$ 130 bilhões hoje. "Valeria muito menos."
Disposto a experimentar
Warren Buffett mostrou sua paciência, disciplina e vontade de evoluir durante a pandemia, disse Hagstrom ao Insider.
Esperava-se que o investidor usasse parte do enorme caixa da Berkshire quando o mercado de ações despencou no início de 2020, mas, em vez disso, ele vendeu suas participações em companhias aéreas e reduziu suas participações financeiras.
Para Hagstrom, Buffett foi cauteloso porque não tinha certeza de como a pandemia pioraria e levou a sério a administração do dinheiro de seus acionistas.
"Ele reconhece a responsabilidade financeira final que tem para com essas pessoas", disse Hagstrom. "Ele não vai arriscar a Berkshire em uma aposta de baixa probabilidade e alta severidade."
Mesmo assim, Buffett e seus dois gerentes de investimentos da Berkshire Hathaway, Ted Weschler e Todd Combs, não têm medo de buscar novas oportunidades.
Por exemplo, eles apoiaram a Snowflake quando a plataforma de dados em nuvem se tornou pública no ano passado, compraram uma participação na fintech Nubank e investiram em casas de comércio japonesas e ações farmacêuticas.
"Todd e Ted estão desempenhando um papel maior e trazem ideias muito diferentes para a mesa", disse Hagstrom.
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Jogando seguro
O megainvestidor de 91 anos vem prometendo outra aquisição "do tamanho de um elefante" há vários anos.
Para Hagstrom, ele será especialmente cauteloso para não desperdiçar dezenas de bilhões de dólares nos anos finais de sua carreira.
"Seu legado está intacto, sua reputação está no Monte Rushmore dos administradores de dinheiro", disse Hagstrom. "Ele não tem que balançar e fazer algo para tentar acertar mais uma."
No entanto, o autor alertou que é uma missão tola prever o que Buffett fará a seguir.
"Desisti de adivinhar o que Warren vai comprar", disse Hagstrom, acrescentando que os movimentos de Buffett podem ser inicialmente surpreendentes, mas após uma análise mais aprofundada, eles fazem todo o sentido.
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